A Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP), através do Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer (CIAFEL), integra o programa “Mieloma Múltiplo: Tratar Corpo e Mente”, uma iniciativa europeia coordenada em Portugal pela Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL) e financiada pelo Mieloma Patients Europe (MPE).

Este projeto, que se encontra a decorrer até dezembro e mantém inscrições abertas, combina apoio físico e psicológico para melhorar o bem-estar de doentes com mieloma múltiplo (MM) e amiloidose AL, destacando-se pelo formato online, que permite chegar a participantes de todo o país.

O programa está alinhado com a investigação de doutoramento de Pedro Cunha, professor da FADEUP, na área da atividade física e saúde para doenças hematológicas, e com uma colaboração já estabelecida entre a FADEUP e a APLL.

“Surge a partir de uma necessidade que a população com estas doenças sempre referiu, de se mexer, mas que, devido ao receio de provocar alguma lesão, não conseguiriam fazê-lo sem que alguém supervisionasse o exercício”, afirma o docente e responsável pelos trenos físicos, sublinhando que o programa possibilita “a supervisão da técnica e intensidade por parte de um profissional capacitado”.

“Tratar Corpo e Mente” a partir de casa

Organizado em intervenções de seis semanas por grupo, com uma sessão síncrona semanal, o “Mieloma Múltiplo: Tratar Corpo e Mente” disponibiliza todas as sessões numa plataforma online para prática autónoma.

A conceção do programa considera o espaço disponível em casa, com exercícios adaptados a uma área mínima de um metro quadrado e que utilizam essencialmente o peso corporal e materiais simples, para maior conveniência e segurança.

“O programa permite ultrapassar as barreiras relacionadas com o tempo e instalações, pois está adaptado para ser realizado autonomamente,” acrescenta Pedro Cunha. A intervenção alia o exercício ao acompanhamento psicológico e monitoriza, simultaneamente, a evolução clínica dos participantes com mieloma múltiplo, promovendo uma recuperação segura e benéfica para a saúde.

Isabel Leal Barbosa, presidente da APLL, destaca a importância da  parceria com a FADEUP, referindo que “esta colaboração visa desmistificar a ideia de que o exercício pode ser prejudicial para doentes oncológicos.”

O programa tem evidenciado que a atividade física é um elemento essencial para aumentar a resistência e melhorar significativamente a qualidade de vida dos doentes, promovendo uma recuperação física e psicológica mais completa.