É um curso de processamento avançado de sinais e imagens biomédicas que traz a Portugal, para formação, estudantes de diversas instituições europeias que vêm à Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e a instituições ligadas à saúde onde esta tecnologia é aplicada, conhecer o que de melhor se faz nesta área. O BIP (Blended Intensive Program)– Advanced Processing of Biomedical Signals and Images, financiado pela European University Alliance for Global Health (EUGLOH), decorre, na FCUP, de 28 de outubro a 1 de novembro. 

Com a Informática Médica em franco crescimento em Portugal e com o explorar das potencialidades da Inteligência Artificial, professores e investigadores da FCUP e também de outras universidades vão mostrar na teoria e na prática o que tem sido feito ao nível de processamento avançado de sinais e imagens biomédicas.

Os participantes do curso terão também a oportunidade de conhecer dois locais onde se aplica muito deste conhecimento: à SwordHealth, um ‘unicórnio’ nacional de tecnologias para a saúde em que a capacidade técnica de excelência em processamento avançado de sinal e imagem biomédica é um fator diferenciador para o seu sucesso e ao Serviço de Cardiologia da Unidade Local de Saúde de Gaia / Espinho, referência nacional na área e que põe em prática a tecnologia a favor da saúde.

A formação, que contará com estudantes das universidades do Porto, de Paris Saclay (França), da UiT –Universidade de Tromsø – Universidade Ártica da Noruega, da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU) e da Universidade (UiT) de Valência, arranca com a palestra de Sergio Ceruti, professor do Instituto Politécnico de Milão, Itália, e um dos nomes mais sonantes de toda esta área a nível mundial. Por videoconferência e numa sessão aberta ao público, irá abordar o uso de algoritmos de inteligência artificial na Engenharia Biomédica.

Formação avançada numa área “em grande evolução”

A ideia para criação deste curso BIP, obrigatoriamente com componentes presenciais e à distância, partiu do docente da FCUP e investigador do INESC TEC, Miguel Coimbra, com vasta experiência na área da Informática Médica, desde a criação de um estetoscópio digital à participação em projetos de investigação para o diagnóstico do cancro.

Tudo começou com uma visita à FCUP, no âmbito de uma mobilidade EUGLOH, de Helge Fredriksen, professor e investigador da UiT, especialista em inteligência artificial generativa, que também é um dos participantes nesta iniciativa e que inspirou Miguel Coimbra a promover um BIP inteiramente dedicado à aplicação da tecnologia à saúde.

“Este curso tem dois grandes objetivos: a formação avançada de 20 estudantes de 5 instituições europeias numa área técnica em grande evolução como é o processamento de sinais e imagens biomédicas e a criação de parcerias europeias nesta área para mobilidades docentes, mobilidades de estudantes, projetos europeus e graus duais de formação avançada.”, explica Miguel Coimbra, que coordena, no INESC TEC, a linha de investigação TEC4Health, que usa as Tecnologias da Informação e Comunicação ao serviço das pessoas por melhores cuidados de saúde e bem-estar pessoal.

A fechar esta iniciativa, haverá uma ligação em direto ao Brasil: “vamos ter um momento online no maior hospital do nordeste do Brasil, o Real Hospital Português de Beneficiência em Pernambuco, onde iremos ver o uso deste tipo de tecnologias, percebendo o seu impacto num ambiente de baixos recursos como é esta região do Brasil”, destaca o investigador.

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