De 10 a 13 de outubro, decorreu no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto a Autumn Assembly da Associação Europeia de Estudantes de MedicinaEuropean Medical Students’ Association (EMSA), um evento organizado este ano pela Associação de Estudantes do ICBAS (AEICBAS) e que reuniu cerca de 200 participantes nacionais e internacionais de 23 países europeus.

A EMSA é uma organização não governamental sem fins lucrativos que representa os estudantes de medicina de toda a Europa. Fundada em 1990, em Bruxelas, é a única voz dos estudantes no seio das organizações médicas europeias e é reconhecida pelo Parlamento Europeu, pela Comissão Europeia e pelas Nações Unidas.

Esta associação proporciona uma plataforma para a defesa de interesses a alto nível, projetos, formações, workshops, mesas redondas, sessões plenárias e reuniões internacionais. As suas atividades centram-se na educação médica, na ética médica e nos direitos humanos, na política de saúde, na saúde pública, na ciência médica e na integração e cultura europeias.

O evento contou com a participação de cerca de 200 estudantes de 23 países europeus. (Foto: ICBAS)

“Reinventamo-nos todos os dias”

O diretor do ICBAS, Henrique Cyrne Carvalho, iniciou a sessão de abertura dando as boas vindas aos participantes e reafirmando que “o tema da sessão – ‘Reinventar a EMSA’ – é o que o ICBAS faz todos os dias. Quer através dos métodos de ensino para os adaptar às necessidades atuais, quer ainda através das propostas de formação que elaboramos para responder aos problemas atuais”.

Na verdade, para Henrique Cyrne Carvalho, “o ICBAS quer reinventar a forma como vemos o mundo, a forma de ver a medicina, procurando tornar central a abordagem do ser único, porque acreditamos que com uma visão holística, complementar e interdisciplinar da saúde, baseada num trabalho de equipa multidisciplinar, podendo assim preservar a saúde do ambiente, dos animais e da saúde humana” E rematou: “Reinventamo-nos todos os dias, todos e cada um de nós, para acreditarmos que é aí que reside a medicina e o futuro”.

De seguida, tomou a palavra a presidente da EMSA, Dilga Kocabas, que salientou “ser nestas assembleias que a voz coletiva é mais forte e onde se molda o futuro da organização, já que também é aqui que se tomam decisões que afetam todos os estudantes de medicina em toda a Europa”.

A responsável referiu também que, para além de serem uns ‘apaixonados’ pela melhoria dos cuidados de saúde, esta é uma oportunidade de se unirem, trocarem ideias e promoverem a mudança que se quer ver em toda a Europa, assegurando os valores fundamentais, reforçando-os e mostrando que estão a avançar com os mesmos”.

Já para o presidente da AEICBAS, Pedro Moreira, este evento decorre porque “acreditamos que esta iniciativa se pauta pela crença de que os estudantes merecem ter uma voz e um espaço para discutir os tópicos mais emergentes ao nível de política de ensino, medicina, entre outros, para que assim seja possível construir um futuro mais justo e acessível para a Medicina na Europa”.

Segundo o estudante, “é necessário ir mais além, adaptando a novas realidades e desafios, para juntos nos unirmos, repensarmos as estruturas existentes e de explorarmos novas formas de colaboração e interação, não só na EMSA, mas também nas nossas instituições. Esta transformação deverá ser orientada pelo espírito de inclusão e solidariedade, exigindo uma educação que não forneça só diplomas, mas também que nos prepare verdadeiramente para os desafios do mundo real”.  T

Pedro Moreira terminou desejando que esta assembleia de outono se afirme como um espaço de crescimento, inovação e de transformação”.