Durante os últimos quatro anos, a Universidade do Porto e outras seis universidades de toda a Europa trabalharam, em conjunto, no desenho de iniciativas e ferramentas inovadoras para colocar a igualdade de género e diversidade no centro da decisão política aos níveis académico e científico. E foi o resultado desse trabalho que esteve em debate na RESET Inclusive Science Conference | Redesigned Scientific Excellence for Sustainable Futures, que decorreu nos dias 7 e 8 de outubro, na Reitoria da U.Porto.
Durante dois dias, representantes das várias entidades parceiras do projeto RESET –Redesigning Equality and Scientific Excellence Together tiveram a oportunidade de “dar conta do trabalho que vem sendo realizado no sentido de redesenhar este conceito de excelência científica, à luz do que são os aspetos da inclusão. Mas também tem muito a ver com o trabalho que temos vindo a fazer na U.Porto e nas entidades parceira no âmbito dos Planos para a Igualdade de Género”, explica Marisa Matias, docente da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação (FPCEUP) e coordenadora do projeto na U.Porto.
Mobilizando um orçamento global de 3 milhões de euros, financiado pelo programa Horizonte 2020 da Comissão Europeia, o RESET foca-se no combate às barreiras sistémicas e culturais às carreiras científicas de mulheres em investigação e na academia, desde a frequência do doutoramento, até à ascensão a posições de carreira nas suas áreas.
Entre as atividades desenvolvidas incluíram-se o desenvolvimento de planos de igualdade de género (GEP’s) e o estabelecimento de conselhos para a igualdade de género (GEB’s) em cada uma das organizações parceiras. No caso da U.Porto, este trabalho deu origem, em 2022, ao UP Igualdade – Plano para a Igualdade de Género da U.Porto, um documento estratégico que preconiza a implementação de um conjunto alargado de medidas com vista à promoção da igualdade no seio da instituição.
Quatro anos depois, os resultados do projeto são já visíveis mas, para Marisa Matias, há ainda que “trilhar o caminho para o futuro. Esta mudança social não se faz em quatro anos e ainda há muito trabalho a desenvolver”, alerta.
Para além da U.Porto, o RESET conta ainda com a participação das universidade de Bordéus (França), Łódź (Polónia), Oulu (Finlândia), da Aristotle University of Thessaloniki (Grécia), da Ruhr-University Bochum (Alemanha) e da Sciences Po Paris (França).