A equipa do Laboratório de Anatomia Patológica do Ipatimup, que integra o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), foi recentemente distinguida pela Sociedade Europeia de Patologia, que considerou o seu artigo sobre o diagnóstico de cancro da próstata assistido por inteligência artificial como o melhor de 2023.

Publicado na «Virchows Archiv», a revista da Sociedade Europeia de Patologia, o artigo premiado descreve uma ferramenta de inteligência artificial de nível clínico concebida para ajudar o patologista a detetar, classificar e quantificar o cancro da próstata.

“Tendo em conta que somos um dos centros pioneiros na Europa a usar inteligência artificial como guia para o diagnóstico de cancro da próstata, e os únicos em Portugal a utilizar esta  ferramenta, a distinção por parte da Sociedade Europeia reforça o reconhecimento pelos pares da nossa experiência já longa em patologia computacional e reconhece a originalidade dos nossos artigos científicos que são sempre muito práticos e voltados para o uso clínico”, explica Catarina Eloy, primeira autora do artigo, diretora do Laboratório de Anatomia Patológica do Ipatimup e Professora Afiliada da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

Este trabalho, sublinha a patologista e investigadora do i3S/Ipatimup, “compara o desempenho de quatro médicos patologistas numa situação de diagnóstico de cancro em biópsias prostáticas com e sem ajuda de um software de inteligência artificial”. Para isso, acrescenta, “foi utilizada uma coorte de 105 biópsias”.

Com a ajuda deste software, salienta António Polónia, último autor do artigo, “o patologista tem menos dúvidas, recorre menos vezes a uma segunda opinião, pede menos exames complementares e é mais rápido a fazer o relatório. Tudo isto mantendo padrões de diagnóstico altamente precisos”.

Patologista no Laboratorio de Anatomia Patológica do Ipatimup e Professor Associado da Escola de Medicina e Ciências Biomédicas da Universidade Fernando Pessoa, António Polónia faz ainda questão de sublinhar que “estas ferramentas de inteligência artificial são sempre utilizadas sob a vigilância do médico patologista, que as usam com critério e para benefício do doente”.