A Universidade do Porto volta a associar-se ao Festival Queer. Nesta 1o.ª edição, há um Prémio Casa Comum para atribuir, muitos filmes para ver e ainda um debate. São três dias de programação (9, 10 e 11 de outubro), sempre com início às 18h00, na Casa Comum (à Reitoria) e com entrada livre.

Nesta passagem pela U.Porto, o Festival Queer apresenta um conjunto de olhares detalhados e complexos sobre as mais diversas realidades das pessoas e comunidades LGBTQI+, em diferentes geografias, e no que significa ser-se queer, hoje, nas suas múltiplas expressões e desafios.

A’lam, de Saleh Saadi, é o primeiro filme a ser exibido, no dia 9 de outubro. Chega-nos da Palestina e conta a história de Nassim que vai visitar sua melhor amiga, antes de esta se mudar para os Estados Unidos. Os acontecimentos desta última noite juntos, em Jerusalém, trazem à tona a complexidade desta amizade.

Esta sessão inaugural incluirá outras propostas, nomeadamente do Chipre e Reino Unido: Buffer Zone, de Savvas Stavrou, Monument, de Maksim Avdeev, de nacionalidade russa A fechar, será exibido Simeiz, um documentário de Anton Shebetko sobre uma pequena vila no sul da Crimeia.

Dia 10 de outubro, também pelas 18h00, a sessão arrancará com outro documentário, desta vez com assinatura de Noor Gatih, uma fotógrafa e cineasta iraquiano-canadiana de Toronto. Khobs & Chai faz-nos mergulhar em conceitos como identidade e etnia, através das histórias narradas por uma avó.

Seguem-se duas propostas mais experimentais: Even a Dog in Babylon Is Free, do israelita Lior Shamriz, e My Whole Heart Is with You, do palestiniano Essa Grayeb. Regressamos depois à técnica do documentário para ficar com Nazareth, de Mike Hoolboom, do Canadá. Do mesmo país de origem chega outro documentário da autoria de Amy Gottlieb – Tempest in a Teapot – e The Poem We Sang, da fotojornalista e cineasta palestino-canadiana Annie Sakkab, nascida e criada na Jordânia e a viver entre o Canadá e o Médio Oriente.

Depois dos filmes, pelas 19h30, será tempo de debater ideias sobre “Resistência Queer” . Lokas Cruz (Ativista na Humans Before Borders), Rita Al Salaq (ativista queer palestiniana) e José Soeiro (sociólogo, político) serão os protagonistas de uma conversa moderada por Daniel Pinheiro.

“The Poem We Sang” passa dia 10 de outubro na Casa Comum.

Dia 11 de outubro, a partir das 18h00, apagam-se as luzes para ficarmos com As I Was Looking Above, I Could See Myself Underneath, um documentário de Ilir Hasanaj que apresenta um grupo de pessoas LGBTQI+, de diferentes origens e gerações, em que cada  uma conta a sua história de descoberta queer e as suas experiências de vida num ambiente de rejeição e exclusão. É o primeiro filme do género no Kosovo que mostra os reais protagonistas, sem alterar os rostos ou mudar os nomes verdadeiros.

Esta edição do Festival Queer na Universidade incluirá ainda a entrega do Prémio Casa Comum , galardão que visa distinguir uma realização ousada, que renove linguagens e subverta as expetativas.

Entre as doze propostas a concurso será eleito um filme ao qual será atribuído o prémio patrocinado pela Reitoria da U.Porto, no valor de 500 euros.

O Festival Queer Porto vai decorrer de 8 a 12 de outubro, em diferentes locais da cidade. Para mais informações, consultar a página do festival.