A Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) acolheu, no passado dia 20 de setembro, a sessão de abertura da edição portuguesa das Jornadas Europeias do Património 2024, uma iniciativa que, durante três dias, procurou sensibilizar os povos da União Europeia para a importância da salvaguarda e promoção do património cultural.
Na abertura da sessão, que contou com a presença da Secretária de Estado da Cultura, Maria de Lurdes Craveiro, a Diretora da FLUP, Paula Pinto Costa, destacou o interesse de manter a esfera académica em contacto com as entidades locais, de modo a “garantir a herança patrimonial das comunidades”.
Seguiu-se a intervenção de Fátima Vieira, Vice-Reitora da U.Porto para a Cultura e Museus, que detalhou várias iniciativas inovadoras que têm sido implementadas, a nível institucional e local, para fortalecer o futuro do campo de estudos do património.
O Corredor Cultural do Porto, criado pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) como guia de exploração da cidade para os Estudantes, foi um dos exemplos dados, demonstrando o impacto e dinamismo de formatos como as rotas digitais.
Inês Amorim, Diretora do CITCEM, sublinhou por sua vez que as Jornadas propõem “uma oportunidade única para promover e motivar a adoção de uma abordagem multidisciplinar nas investigações sobre o património”, abrindo a academia à sociedade, de modo a “produzir conhecimento científico cada vez mais compreensivo e robusto” nesta área.
Já Ana Cristina Sousa, Diretora do DCTP, agradeceu o empenho dos agentes municipais que participaram no projeto, realçando a importância das interações possibilitadas para o enriquecimento da experiência curricular dos Estudantes da FLUP, presentes em número significativo na sessão.
Secretária de Estado pede mais colaboração
A última intervenção ficou cargo de Maria de Lurdes Craveiro que, partindo da reflexão da atualidade nacional, elencou os crescentes desafios que se colocam à manutenção, salvaguarda e valorização do património nas suas diversas formas.
Os incêndios, conflitos internacionais, mudanças climáticas, e pressões urbanística e turística serão, de acordo com a Secretária de Estado da Cultura, , “as ameaças mais identificáveis não só para o património, como para as comunidades”.
Na perspetiva da governante, esta era de crescente complexidade só poderá ser gerida com “uma relação de proximidade e colaboração entre as instituições de Ensino Superior e a sociedade para a preservação do património que, mais do que memória, é futuro”.
Após a abertura da sessão, os representantes municipais das localidades envolvidas nas Jornadas – Esposende, Mirandela e Vila Nova de Gaia – tomaram a palavra, descrevendo os projetos de investigação que têm sido desenvolvidos em parceria com a FLUP.