Borboletas e escaravelhos são os principais protagonistas da exposição Critically Extant by Entangled Others, que o Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP) vai apresentar no BOIL – Climate Festival, a decorrer de 25 a 29 de setembro, na Casa Manoel de Oliveira, em Serralves.

Através da arte digital e da coleção de insetos do MHNC-UP, esta exposição traz à luz espécies ameaçadas, explorando, através da inteligência artificial, o nosso conhecimento sobre biodiversidade. Um cruzamento entre o natural e o digital, com o objetivo de chamar a atenção para as alterações climáticas e o respetivo impacto na vida animal.

Desenvolvida com a colaboração de José Manuel Grosso, curador de Entomologia do MHNC-UP, esta mostra pretende “lembrar a necessidade de defender a biodiversidade do nosso planeta, e nomeadamente os insetos”.

“Muitas vezes, temos a perceção de que os insetos são prejudiciais, provocam pragas e transmitem-nos doenças. Mas nós precisamos deles para assegurar as condições de habitabilidade do nosso planeta”, referiu Fátima Vieira, Vice-Reitora para a Cultura e Museus da U.Porto, durante a sessão apresentação do festival BOIL, realizada no passado dia 13 de setembro, no Laboratório Ferreira Silva, do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP).

Exemplares de escaravelhos presentes na coleção do MHNC-UP. (Foto: DR)

“Um laboratório de soluções”

O arranque do BOIL – Climate Festival está marcado para as 15h00 do dia 25 de setembro. “A arte, ciência e humor interligam-se para descomplicar a relação das pessoas com as alterações climáticas” é o título desta sessão de abertura.

Seguem-se dois dias de um programa para o qual Fátiam Vieira convoca toda a a Universidade. “O Festival BOIL tem uma mensagem muito poderosa, que queremos que a comunidade académica oiça. A U.Porto é, antes de mais, um laboratório de soluções e é importante que convoquemos toda a comunidade para esta emergência”, destaca a Vice-Reitora.

São, de resto, várias as participações de docentes e investigadores da U.Porto previstas no programa do certame. Como a de Duarte Torres, docente da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação (FCNAUP) que, ainda no dia 25, irá falar sobre “A forma como escolhemos os nossos alimentos” e como a alimentação “pode ser uma das chaves para um futuro mais sustentável”.

No dia 26 de setembro, “Construir” será o tema do painel que inclui João Machado, antigo estudante da Faculdade de Arquitetura da U.Porto (FAUP). Já Isabel Azevedo, Diretora da Unidade de Energia no INEGI e docente da Faculdade de Engenharia (FEUP) e João Pedro Matos Fernandes, também docente da FEUP, irão abordar o tema da “Energia”. A investigadora Marina Dolbeth, do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) e a artista Capicua irão discutir temas relacionados com o “Oceano”.

A apresentação pública do BOIL – Climate Festival decorreu no Laboratório Ferreira da Silva, do MHNC-UP. (Foto: U.Porto)

“Sem drama, mas com urgência” é o mote do BOIL, que se apresenta como “um festival de motivação para a ação climática” que pretende “encorajar a mudança”, integrando “a ciência, arte e humor” no sentido de “descomplicar a relação das pessoas com as alterações climáticas e o papel de cada um para cuidar do planeta”.

Os estudantes da U.Porto beneficiam de um desconto de 50% nos bilhetes de entrada no Festival.