Mais de 20 anos, três Jogos Olímpicos e dezenas de participações e conquistas nas principais competições de ginástica artística depois, Filipa Martins anunciou, este domingo, o final da sua carreira como atleta de alta competição.
“Chegou ao fim uma das mais lindas fases da minha vida uma linda história desportiva. Agora é hora de novas aventuras, e planear um futuro lindo”, escreveu a estudante do Mestrado em Treino Desportivo da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP), num texto publicado nas redes sociais e acompanhado por um vídeo onde revisita os principais momentos na carreira.
O anúncio chega menos de um mês depois de Filipa Martins ter fazer história nos Jogos Olímpicos de Paris, ao ser a primeira ginasta artística portuguesa a qualificar-se para uma final do all-around.
Aos 28 anos, a melhor ginasta portuguesa de todos os tempos aponta agora a “novos caminhos”, que, no imediato, passarão pela conclusão do mestrado e pela aposta numa futura carreira de treinadora.
A melhor entre os melhores
Licenciada em Ciências do Desporto pela FADEUP e a frequentar atualmente o 2.º ano do Mestrado em Treino Desportivo – Treino de Alto Rendimento e Treino de Jovens na mesma faculdade, Filipa Martins, termina assim um percurso desportivo brilhante, no qual cabem alguns dos mais brilhantes resultados da ginástica nacional.
Entre eles inclui-se a conquista de várias medalhas na Taça do Mundo de ginástica artística, uma medalha de bronze nas Universíadas 2015 (Coreia do Sul), três participações olímpicas e várias participações de relevo em campeonatos europeus.
Em 2015, a atleta natural da Maia terminou o ano na liderança do ranking mundial de paralelas assimétricas da Federação Internacional de Ginástica (FIG) . Um feito que lhe valeu a atribuição do prémio de Atleta do Ano pela Confederação do Desporto de Portugal (CDP).
Em 2016, Filipa Martins alcançou a, até então, melhor participação olímpica de sempre de uma ginasta portuguesa ao concluir o concurso ‘all-around dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro no 37.º lugar.
Em 2021, e poucos meses antes da sua segunda participação olímpica (foi 43.ª classificada no concurso “all around” dos Jogos Olímpicos de Tóquio), Filipa Martins apresentou um novo elemento técnico na prova de paralelas assimétricas nos Europeus de ginástica artística, elemento esse que viria a ser incluído no código de pontuação internacional e batizado com o seu nome.
Nesse mesmo ano, registou o melhor resultado de sempre para a ginástica artística feminina portuguesa ao conquistar o sétimo lugar – e o respetivo diploma – do concurso All-Around dos Mundiais de ginástica artística, disputados na cidade de Kitakyushu, no Japão.
Em 2022, a estudante da FADEUP conquistou a medalha de bronze na competição de barras paralelas assimétricas dos Jogos do Mediterrâneo 2022, feito que viria a repetir, já em 2023, na final de trave da Taça do Mundo de ginástica artística, realizada em Cottbus, Alemanha.
Momentos altos de um percurso que culminaria da melhor forma, com o histórico 20.º lugar na final ‘All Around’ do concurso de Ginástica Artística dos Jogos Olímpicos Paris 2024.
O trajeto de sucesso de Filipa Martins escreve-se também com as cores da U.Porto. Em 2018, representou pela primeira vez as cores da Universidade em provas universitárias. E não fez por menos. Com duas medalhas de ouro nas provas de Paralelas Assimétricas e Trave, foi uma das figuras da equipa da Universidade que se sagrou campeã nacional universitária nesse ano.