Há um quinteto de música da Grécia e da Turquia, um projeto de jazz francês, cinema e música do Perú. Joel Cleto vai falar sobre a história da cidade e vamos ainda conversar sobre um tema que… “não passa à história”. Tudo para viver e degustar em mais uma semana (22 a 28 de julho) das Noites no Pátio do Museu. Sempre às 21h30 e com entrada gratuita, no pátio do Polo Central (à Reitoria) do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP).
A semana arranca logo na segunda-feira, 22 de julho, a falar de um tema que … teima em “não passar à história”. Falamos de… Inteligência artificial.
A partir de que momento a resposta deixa de ser automática para ser “refletida”? O que significa a inteligência do ponto de vista biológico e como se manifesta? Teremos connosco o neurologista José Barros (ICBAS) para nos ajudar a responder a estas questões e não só. O que é um comportamento inteligente? Como é que inteligência e personalidade se relacionam? Perguntas que serão dirigidas ao psicólogo Luís Fernandes (FPCEUP). Com base na história do pensamento, falar-se-á ainda dos processos e matizes do pensamento humano, de consciência e inteligência. Estas já são questões adequadas para Mattia Riccardi (FLUP), filósofo da mente. Existem processos-tipo de “fabricação” da inteligência, ou múltiplos caminhos para chegarmos a sistemas inteligentes? Para perceber isto, teremos Inês Dutra (FCUP), cientista de computadores.
A sessão será moderada pela Vice-Reitora para a Transformação Digital e Gestão de Informação da U.Porto, Ana Maria Camanho, que guiará esta conversa de transição entre os humanos e a sua criatura eletrónica.

A quarta semana das Noites no Pátio do Museu vai abrir com uma conversa sobre Inteligência Artificial. (Foto: DR)
Dia 23, terça-feira, é dia de ir ao teatro. Vamos ficar À Mesa com o Teatro Universitário do Porto. Por uma noite, cozinheiros, pianistas e fadistas discutem cobranças, ciúmes e conflitos, reunidos à mesa, numa antiga tasca portuense.
No dia 24 de julho, o Pátio do MHNC-UP volta a dar as boas-vindas ao o CineEco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, para receber Passagem dos Elefantes, um documentário de João Manso e Miguel Manso que levará o público até Vila Velha de Ródão, em Castelo Branco. É um filme sobre o tempo, de uma caminhada, mas também da vida humana naquele lugar, e sobre a memória, aqui simbolizada na presença dos últimos elefantes que habitaram a Europa, dos quais sobrou, como prova, a pequena lamela de um dente.
No dia 25 de julho, caberá a Joel Cleto a missão de imergir na história para tentar perceber como, depois de tantas convulsões, Portugal se manteve como unidade política independente. A dinastia espanhola e o protetorado inglês indiciam alguma fragilidade da nação que recebeu também influências de outros países europeus, nomeadamente na área social, cultural e económica.

O historiador Joel Cleto é o protagonista da Noite de 25 de julho. (Foto: DR)
Nesta conferência, o historiador portuense e antigo estudante da U.Porto mostrará a importância que a influência francesa teve entre nós, e como esse impacto se refletiu na cidade do Porto. O evento integra-se também na Festa da Língua e da Cultura Francesa.
Dia 26 de julho, sexta-feira, regressam as noites de cinema para ver Deliciosa Fruta Seca (2017) e conhecer Marialicia, uma dona de casa que se depara com uma grande mentira que a faz repensar a vida. Este filme de Ana Caridad Sánchez vai ainda introduzir-nos à música marinera, associada a uma dança tradicional do Peru.

Deliciosa Fruta Seca (2017) passa na “sala de cinema” da U.Porto a 26 de julho. (Foto: DR
Com o fim-de-semana chega também a música às Noites no Pátio do Museu. A começar pelos Almaaz, o quinteto de música da Grécia e da Turquia (que incorpora também temas dos Balcãs no repertório) que tem atuação marcada para sábado, dia 27 de julho.
Dizem ser “três mulheres, dois homens, um mar – o Mediterrâneo – que liga as suas origens, e um amor visceral pela música greco-turca”. São formados por Héléna Morag (violino e voz), Ezgi Sevgi Can (clarinete e voz), Mahdi M’Kinini (qanun), Loic Audry (ud) e Elâ Nuroglu, nas percussões (davul, darbouka e bendir) e voz. Para além dos instrumentos que conhecemos bem, como o violino e o clarinete, escutaremos o som do qanum (da família das cítaras, com várias cordas esticadas sobre uma caixa de ressonância) e do ud (o antecessor do nosso alaúde).
A semana encerra no domingo, dia 28 de julho, com um projeto de jazz francês que reúne a cantora Mariana Melo, o guitarrista André Pires e o contrabaixista Pedro André Costa. Os La Vie en Swing partilham com o público a paixão pela música francesa através das linguagens do jazz e swing emergentes nos anos 1920. Inspirados por músicos como Django Reinhardt, Édith Piaf, Serge Gainsbourg, Charles Trenet e ZAZ, misturam temas mais complexos com as “chansons” que se reconhecem de imediato com a primeira nota da guitarra. É um concerto integrado na 3.ª Festa da Língua e da Cultura Francesa.