A investigadora Ana Maria Valentim, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), recebeu recentemente uma bolsa do Colégio Americano de Medicina de Animais de Laboratório (ACLAM), no valor de cerca de 25 mil euros. O projeto agora financiado tem como objetivo melhorar o uso de analgésicos usados para aliviar a dor do peixe-zebra e testar novas combinações.

Denominado “Analgesics absorption and elimination: the path to improve prolonged analgesia in zebrafish”, o projeto liderado por Ana Maria Valentim, investigadora no grupo «Laboratory Animal Science» do i3S, vai focar-se no bem-estar do peixe-zebra enquanto modelo animal de investigação científica. Além de Ana Maria Valentim, fazem também parte da equipa a investigadora Anna Olsson. do i3S, e os investigadores Luís Antunes, Carlos Venâncio e Luís Félix, da UTAD.

“Vamos começar por avaliar os analgésicos atualmente utilizados quanto à sua eficácia no alívio da dor após um procedimento comum em laboratório – o corte de barbatana, que depois regenera”, explica Ana Maria Valentim. “Uma vez que a dor e os analgésicos podem afetar o comportamento e a fisiologia dos peixes, pretendemos também identificar eventuais efeitos secundários indesejáveis”, acrescenta.

Esta investigação “vai ajudar-nos a identificar o método mais eficaz de alívio da dor, minimizando os efeitos secundários comportamentais e fisiológicos e melhorando o bem-estar do peixe-zebra”. Segundo a investigadora, “ao utilizarmos as melhores práticas veterinárias, também melhoraremos a fiabilidade do peixe-zebra como modelo de investigação, o que resultará em dados científicos mais sólidos”.

O Colégio Americano de Medicina de Animais de Laboratório promove o tratamento humano e a utilização responsável de animais de laboratório através da certificação de especialistas veterinários, do desenvolvimento profissional, da educação e da investigação.