Muitos reconhecem-no pela investigação que faz na área dos materiais compósitos e pelo seu contributo para o desenvolvimento do setor aeronáutico. Mas poucos conhecerão o «lado B» de Pedro Camanho. O investigador do INEGI – Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial, professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e presidente do LAETA dedica-se há cerca de três décadas à fotografia subaquática. Uma paixão da qual nasce agora  o livro Sob mares frágeis, com uma compilação de imagens da sua autoria.

Nesta obra publicada pela Arte e Ciência, o investigador apresenta várias fotografias subaquáticas recolhidas ao longo de vários anos, complementando-as com uma reflexão sobre a degradação dos oceanos por onde mergulhou.

“Há múltiplos fatores que têm vindo a contribuir para a degradação dos oceanos. O aumento da temperatura da água do mar, a destruição de habitats, a poluição, a introdução de espécies invasoras e a pesca excessiva são alguns dos que tenho percecionado”, afirma Pedro Camanho.

O livro, que resulta de uma colaboração com o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto (BIOPOLIS-CIBIO), será lançado a 3 de julho, às 18h00, durante o Encontro Ciência 2024, que decorrerá na Alfândega do Porto.

O prefácio da obra foi escrito por Onésimo Teotónio Almeida, filósofo e professor na Universidade de Brown (EUA). O posfácio é assinado por Pedro Rodrigues, professor e Vice-Reitor da Universidade do Porto.

Sob mares frágeis será lançado durante o o Encontro Ciência 2024, coorganizado pela Universidade do Porto. (Foto: INEGI)

Sobre Pedro Camanho

Dono de um vasto currículo académico e científico, Pedro Camanho é doutorado pelo Departamento de Aeronáutica do Imperial College London, investigador do INEGI e membro dos seus órgãos sociais. É também Professor Catedrático no Departamento de Engenharia Mecânica da FEUP e Presidente do Laboratório Associado de Energia, Transportes e Aeroespacial (LAETA).

Ao longo da sua carreira, coordenou vários projetos de investigação financiados pela Agência Espacial Europeia, Airbus, NASA, Embraer, Daimler, União Europeia, FCT e Força Aérea dos EUA. Foi cientista visitante no Centro de Investigação da NASA – Langley Research Center e é membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e Fellow da Royal Aeronautical Society (Reino Unido).

Entre os inúmeros prémios e distinções que acumulou ao longo da carreira incluem-se o Prémio NASA H.J.E. Reid Award for Outstanding Scientific Paper (2006) e “Prémio Carreira” da SPFIE – Associação Portuguesa de Fratura e Integridade Estrutural (2022). Em 2020, conquistou a terceira edição do Prémio de Excelência Científica da Universidade do Porto.

Já em 2024, Pedro Camanho foi o único investigador de uma instituição portuguesa distinguido com uma das Advanced Grants 2023, atribuídas pelo Conselho Europeu de Investigação (ERC – European Research Council, em inglês). Esta bolsa, no valor de de 3,5 milhões de euros, será aplicada na criação de uma nova geração de materiais compósitos que permitam o desenvolvimento do setor aeroespacial.