Andreia Meixedo, investigadora do Instituto de I&D em Estruturas e Construção (CONSTRUCT) e antiga estudante do Programa Doutoral em Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), conquistou o segundo lugar do Prémio Inovação Jovem Engenheiro 2023 , promovido pela Ordem dos Engenheiros Região Sul.

O trabalho de Andreia Meixedo, agora distinguido com um prémio monetário no valor de cinco mil euros, foca-se em novas estratégias de manutenção das infraestruturas ferroviárias.

“Atualmente, a grande maioria das estratégias de manutenção das infraestruturas ferroviárias assenta em intervenções periodicamente agendadas que necessitam de uma forte intervenção humana. Esta abordagem conduz frequentemente à substituição de componentes antes de atingirem a sua vida útil e, como consequência, são realizadas intervenções desnecessárias que conduzem a custos adicionais”, elucida a investigadora da FEUP.

O objetivo do trabalho  passa por transformar uma “manutenção eminentemente preventiva” numa “manutenção baseada na condição”. “Trata-se de uma metodologia de aprendizagem não supervisionada que visa a identificação de danos e a avaliação da condição das infraestruturas ferroviárias (como pontes, vias férreas, ou rodados de veículos) de forma automática e eficiente”, avança Andreia Meixedo

A metodologia inovadora envolve quatro etapas: a extração de indicadores sensíveis ao dano, a modelação dos indicadores para reduzir a influência de efeitos ambientais e operacionais, a fusão dos indicadores para aumentar a sensibilidade ao dano, e ainda a classificação desses indicadores para avaliação automática da condição.

Andreia Meixedo já tinha sido a vencedora da edição de 2022 do Prémio Ferry Borges, destinado a investigações na área de engenharia de estruturas. O artigo premiado focou-se na monitorização da integridade estrutural não supervisionada de pontes ferroviárias com base em técnicas de inteligência artificial.

O primeiro e terceiro lugares do Prémio Inovação Jovem Engenheiro foram entregues, respetivamente, a Maria Leonor Peixoto, pelo seu trabalho “Influência da proteína Flower na progressão de cancro” e a João Pedro Vitorino, pela investigação sobre a “Melhoria da Segurança e Robustez dos Modelos de Aprendizagem Automática”