A ideia é estimular a participação dos cidadãos europeus nas Eleições Europeias, utilizando a cultura como ferramenta de mobilização. Para isso, o projeto “Pop the Vote! Culture on Ballot” conta com a ajuda de 44 jovens artistas de 14 países da União Europeia. Um grupo no qual se inclui Bruno de Almeida, estudante do 2.º ano do Mestrado em Design Industrial e de Produto da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP).

Cofinanciada pelo Culture Action Europe e pelo Parlamento Europeu, o “Pop the Vote” assenta na participação de jovens artistas de toda a Europa em iniciativas que promovam a democracia e, em particular, a participação nas Eleições para o Parlamento Europeu, marcadas para o próximo dia 9 de junho.

No caso de Bruno de Almeida, a oportunidade de participar no “Pop the Vote! Culture on Ballot” surgiu em em novembro de 2023, quando foi selecionado como um dos changemakers no projeto.

Seguiu-se uma imersão realizada em Bruxelas, no início de 2024, onde os 44 jovens artistas participaram em “atividades colaborativas”, voltadas para a aproximação da “arte como forma de ativismo”.

De regresso ao Porto, onde reside desde 2021, o ilustrador brasileiro procurou dinamizar alguns eventos para “disseminar ideias e questionamentos em diferentes grupos, promovendo a democracia através de práticas artísticas coletivas”. Para isso, desenvolveu três workshops de desenho coletivo que procuravam responder à pergunta: “Ainda é possível imaginarmos formas de vivermos juntos?”

Nestes workshops, os participantes foram desafiados a usar o papel para criar relações e negociações uns com os outros, refletindo ao mesmo tempo as ideias de fronteiras entre o individual e o coletivo. “Esse processo criativo estimulou o pensamento crítico, onde os participantes observaram como uma prática artística pode apoiar a democracia”, explica Bruno de Almeida.

“O desenho é uma forma de negociação, onde se aprende a cooperar com as linhas existentes que cruzam o papel e que podem dividir ou integrar. Ao abordar essa prática com grupos distintos, pude observar as tensões que emergem dos participantes ao desenharem de forma coletiva sem anular as individualidades. Essa prática crítica e expressiva acentua a necessidade de desenvolvermos a capacidade de vivermos juntos em contextos democráticos, onde a liberdade de expressão é uma vertente importante”, acrescenta.

Como consequência do projeto, o estudante da FBAUP acredita que o” voto é importante para a manutenção da democracia”, mas acrescenta que “agir em micropolíticas no dia-a-dia é crucial”.

Sobre Bruno de Almeida

Natural de Muzambinho, no Brasil, Bruno de Almeida (1995) é formado em Design de Moda pela Universidade de Franca (São Paulo).

Enquanto ilustrador, desenvolve a sua prática artística “através de uma abordagem dialógica que entrelaça memória, arte e design”. Com participações em exposições em vários países europeus, nomeadamente Portugal, Alemanha e França, tem também colaborado com diversas companhias nacionais e internacionais, destacando-se o recente prémio Art Locky by CTT Portugal (2023).

A residir e a estudar no Porto desde 2021, dedica-se a investigar a identidade do território, teorias da imaginação e estudos sobre a infância, através de práticas artísticas. Cofundador do NIBA – Núcleo de Imigrantes da Belas Artes do Porto, criado em 2023, tem ainda participado em várias ações cívicas e aproximado o seu “fazer artístico de narrativas que promovem a diversidade e inclusão”.

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