Cátia Ramos, estudante do Programa Doutoral em Biologia Celular e Molecular da Universidade do Porto, a desenvolver a sua investigação no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), foi recentemente distinguida com uma bolsa internacional de mobilidade, atribuída pela “European Association for Cancer Research” (EACR).

Esta bolsa permitirá à jovem investigadora estagiar durante um mês no Center for Cooperative Research in Biosciences (CIC bioGUNE) em Biscaia, Espanha, no laboratório do investigador Juan Manuel Falcón-Pérez, onde irá estudar possíveis alterações que ocorrem no metabolismo das células de cancro do estômago.

O projeto de doutoramento de Cátia Ramos, orientado por Daniela Freitas, do i3S, e coorientado por Celso A. Reis, líder do grupo de Glicobiologia em Cancro do i3S e docente do ICBAS, tem como principal objetivo decifrar a comunicação entre as células do cancro e o tecido adiposo com o objetivo de prevenir o desenvolvimento da caquexia (perda generalizada de peso).

Para isso, explica Cátia a investigadora, “estamos a estudar o papel dos glicanos (hidratos de carbono complexos) presentes em vesiculas extracelulares (nanopartículas naturais) que são libertadas pelas células de cancro e como estas interagem com o tecido adiposo. Pretendemos ainda explorar a remodelação do metabolismo das células tumorais gástricas após interação com o tecido adiposo e como isso pode levar ao desenvolvimento de caquexia por parte do doente”.

Para a estudante de doutoramento da U.Porto, receber esta bolsa de mobilidade “é uma verdadeira honra e uma oportunidade incrível”.

Este estágio no laboratório do investigador Juan Falcón-Pérez, sublinha Cátia Ramos, “proporcionar-me-á uma oportunidade para aprender e colaborar com um dos principais especialistas na área da metabolómica das vesiculas extracelulares. Terei ainda a oportunidade de aprender técnicas novas e essenciais para o sucesso do meu projeto, além de trabalhar num laboratório com tecnologia de ponta nesta área”.

Em suma, conclui a jovem investigadora, “será uma experiência internacional enriquecedora tanto a nível pessoal como científico”.