O CoAstro: um Condomínio de Astronomi@, projeto inovador de Ciência Cidadã coordenado pelo Planetário do Porto – Centro Ciência Viva, está de volta em 2024 com um “renovado propósito: chegar a públicos afastados da ciência, não por opção, mas por não terem oportunidade de com ela contactar e, por isso, não a conhecerem verdadeiramente”.
No terreno desde 2019, este projeto inovador tem como propósito envolver as comunidades escolares em iniciativas gratuitas de ensino e divulgação das ciências.
“Fizemos o mapeamento dos concelhos de Portugal com menor envolvimento espontâneo com a astronomia – que acaba por ser uma ciência portal para outras ciências”, explica Ilídio André Costa, investigador no Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e professor em mobilidade no Planetário do Porto, que desenvolveu o CoAstro durante o seu Doutoramento em Ensino e Divulgação das Ciências na Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP).
O CoAstro volta assim “ao ativo” um ano depois de ter conquistado a competição IPS Centennial ‘Local Projects’, um galardão inserido nas comemorações do Centenário dos Planetários e que só é atribuído a cada 100 anos.
Entre as atividades em que será aplicado o valor do prémio (cerca de 1.000 euros) estão sessões de planetário portátil, observações do céu noturno e/ou com telescópios solares, atividades práticas e feiras de ciência.
“Os professores, neste caso do 1.º ciclo do ensino básico, serão também envolvidos em ações de desenvolvimento profissional”, acrescenta Ilídio André Costa. Segundo o “administrador do condomínio“ do projeto, o objetivo passa por trabalhar conteúdos chave e metodologias de ensino da astronomia, assim como exemplos concretos de como utilizar esta ciência, em termos curriculares: a astronomia como meio para ensinar outras ciências, línguas, humanidades e artes.
As atividades terão início a partir de setembro deste ano e deverão prolongar-se até ao primeiro trimestre de 2025, em municípios de Aveiro, Beja, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Leiria, Portalegre e Vila Real . Contudo, antecipa Ilído André Costa, o objetivo passa por “trabalhar estratégias que permitam a criação de um espaço de afinidade e condições para o estabelecimento de dinâmicas locais de envolvimento com a ciência que perdurem”.
Sobre o CoAstro
Este projeto “nasceu” no âmbito do Doutoramento em Ensino e Divulgação das Ciências de Ilídio André Costa, que aliou assim a investigação ao seu trabalho pedagógico.
Na sua primeira edição, o CoAstro juntou investigadores e divulgadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e do Planetário do Porto – Centro Ciência Viva com professores do 1.º ciclo do ensino básico. O objetivo foi envolver os mais de 1.000 participantes em investigação em astronomia e promover a divulgação dos resultados e dos processos científicos junto da comunidade escolar.
“O CoAstro permitiu perceber como um projeto de ciência cidadã, sem recursos humanos ou financiamento próprios, pode contribuir, com efeitos duradouros e abrangentes em termos de público, para que a escola se abra à comunidade e esta à escola, e para que o público se abra à investigação e esta se abra ao público”, salientou Ilídio André Costa, em 2020.