É a primeira exposição pública com curadoria dos estudantes do Mestrado em Museologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP). A inauguração d’O Mural do Rialto de Abel Salazar: um património com futuro? vai decorrer às 16h00 do Dia Internacional dos Museus, 18 de maio, no pavilhão Calouste Gulbenkian da Casa-Museu Abel Salazar (CMAS).
Focando o contexto em que a obra foi concebida, esta exposição incide ainda sobre o presente e o futuro do mural a carvão, intitulado “Síntese da História” (5,00 x 3,30m). A obra de Abel Salazar foi realizada para o Café Rialto que ficava no rés-chão “do primeiro arranha céus do Porto, na praça D. João I, inaugurado em 1944 e encerrado em 1972”, como explica Susana Pacheco Barros, coordenadora executiva e cultural da CMAS.
Embora se encontre sem o enquadramento que seria espectável, a obra de Abel Salazar permanece no mesmo local e está exposta. Encontra-se dentro de uma loja comercial de uma cadeia japonesa.
A exposição a inaugurar na Casa-Museu Abel Salazar permite, por exemplo, analisar a recriação artística do mural; apreciar fotografias e desenhos preparatórios da autoria de Abel Salazar; ver e ouvir algumas entrevistas de pessoas com memória do Café Rialto, como é o caso do escritor Mário Cláudio; ouvir também depoimentos de pessoas anónimas, colhidos no espaço público junto da loja comercial onde agora está o mural e recorrer a outros suportes, como a folha de sala, para uma melhor contextualização do tema.
De acordo com Alice Semedo, diretora do Mestrado em Museologia da FLUP, para além de terem recorrido “a estratégias de ensino / aprendizagem dinâmicas, interativas e potenciadoras do desenvolvimento de competências científicas”, os estudantes envolvidos tiveram a preocupação de investir nas “capacidades técnicas de investigação”, promovendo assim “uma formação coerente, equilibrada e transversal às várias áreas relacionadas com a atividade em museus e apostando na sua constante atualização perante novos desafios”.
Para além do caracter multidisciplinar da experiência, esta exposição configura “uma ação dos estudantes no mundo real, assente numa reflexão crítica e dialógica sobre a formação enquanto profissionais e investigadores dos museus”, explica Elisa Noronha, docente da unidade curricular Teoria e Prática da Exposição em Museus, do Mestrado em Museologia.
Maria Gomes, uma das estudantes envolvidas, afirma que, ao destacar “a importância do Mural, a exposição convida os visitantes a envolverem-se ativamente na preservação e promoção da herança cultural”.
O Mural do Rialto de Abel Salazar: um património com futuro? conta, ainda, com programação paralela, nomeadamente uma conversa com a investigadora Patrícia Monteiro, da Universidade Católica (dia 1 de junho, às 16h00) que está a desenvolver uma tese de doutoramento sobre os murais do Porto.
A exposição ficará estará patente até ao dia 29 de junho de 2024 e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 18h00, e aos sábados, das 14h30 às 17h30. A entrada é livre.
Mais informações através do e-mail [email protected].