A Connect Robotics, uma startup incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, acaba de participar na edição 2023 daquele que é considerado o “maior exercício de robótica e tecnologias emergentes do mundo”, o REPMUS – Robotic Experimentation and Prototyping Augmented by Maritime Unmanned Systems.
Os exercícios realizados pela Connect Robotics, spin-off da FEUP, consistiram no transporte rápido e eficiente de kits de emergência através de drone, tendo a primeira operação sido realizada no dia 11 de setembro, partindo da base – em terra firme – para um navio da Marinha Portuguesa, e largando a caixa com os kits de emergência médica com a ajuda de um sistema de aterragem precisa por QR Code, e regressando à base, num exercício concluído com sucesso.
O segundo exercício deste REPMUS com a participação da Connect Robotics decorreu a 19 de setembro. Desta vez, o transporte dos kits de emergência foi feito de um Navio da Marinha para outro navio, tudo realizado em mar. A encomenda foi largada através do sistema de precisão, regressando novamente ao Navio base, que se encontra evam movimento.
Estes exercícios serviram para testar a eficácia da solução, e corrigir o gap de resposta rápida e eficiente para emergências e também para fins logísticos, servindo de prova de conceito para uma necessidade evidente e para futura concretização e operacionalização, sendo esse o derradeiro propósito do REPMUS com todas as entidades envolvidas.

Os exercícios envolveram a participação de navios da Marinha Portuguesa (Foto: DR)
Inovar no transporte de bens essenciais
Fundada em 2015, a Connect Robotics especializou-se na democratização do transporte, através de drone, de bens e necessidades, com destaque para o transporte de medicamentos e amostras laboratoriais no setor da saúde, mas apta a transportar qualquer bem necessário em diversas áreas.
Essa ampla adaptabilidade a vários setores permitiu o teste desta solução nos exercícios que arrancaram a 4 de setembro, no mar ao largo de Tróia e Sesimbra, que tem como coorganizadores a Marinha Portuguesa, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), através do LSTS, o NATO Centre for Maritime Research and Experimentation (NATO CMRE) e a NATO Maritime Unmanned Systems Initiative (NATO MUSI), e que conta com a participação de várias entidades de 26 países.
Já em maio, a startup realizou um voo de mais de 10km Beyond Visual Line-Of-Sight (BVLOS), durante a primeira edição do ARmy Technological EXperimentation (ARTEx), o que comprovou a eficácia do uso da solução em operações logísticas na defesa. Nesta operação, o piloto não consegue manter o drone remotamente pilotado no seu alcance visual, o que torna a autorização da Autoridade Aeronáutica Militar (AAN) muito rara de se obter.
A solução da Connect Robotics singrou com o desenvolvimento e validação do Flight Termination System (FTS), um sistema de segurança exigido pela European Union Aviation Safety Agency (EASA), a instituição europeia que regula o espaço aéreo, e que já é aplicada no transporte de medicamentos na Farmácia da Lajeosa, em Viseu, em voos BVLOS, onde já fizeram mais de 100 entregas.