O Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) integra o UNITE4TB, um projeto europeu financiado em 185 milhões de euros pelo Horizonte 2020, e que tem como objetivo acelerar o desenvolvimento de novas soluções para o tratamento da tuberculose.
Marcar uma nova era no tratamento da tuberculose é a ambição deste projeto lançado oficialmente no passado dia 15 de julho, no âmbito da Iniciativa Medicamentos Inovadores – um Consórcio Europeu de Investigação e Desenvolvimento público-privado, que visa promover a criação de novos medicamentos para tratar ou prevenir infeções bacterianas resistentes.
Ao longo dos próximos sete anos, a equipa do UNITE4TB unirá então esforços para encontrar novos fármacos que sejam capazes de tratar os doentes com tuberculose multirresistente, de uma forma eficaz, acessível e rápida.
Note-se que a tuberculose multirresistente é considerada um desafio de saúde pública, uma vez que é resistente a pelo menos dois medicamentos antituberculosos que são cruciais para o seu tratamento – a Isoniazida e a Rifampicina. A falta de opções terapêuticas compromete o controle da doença e a cura dos doentes infetados, dificultando a interrupção da cadeia de transmissão. O UNITE4TB surge precisamente para encontrar novos fármacos que ajudem a tratar este problema de saúde pública.
O papel do ISPUP
Sob a orientação de Raquel Duarte, investigadora no ISPUP e médica pneumologista, o Instituto de Saúde Pública da U.Porto ficará responsável por liderar as atividades de “Implementação, divulgação e comunicação” do projeto, trabalhando em estreita colaboração com todos os seus parceiros, de forma a alcançar o público em geral, doentes/comunidades, profissionais de saúde, e outros grupos relevantes.
“O UNITE4TB é uma importante plataforma de investigação internacional para combater a tuberculose. Os vários parceiros do projeto trabalharão em conjunto para realizar novos ensaios clínicos que irão acelerar o desenvolvimento de soluções terapêuticas para a tuberculose sensível e multirresistente, respondendo assim a uma necessidade sentida nesta área do conhecimento”, explica Raquel Duarte.
Ainda segundo a investigadora, “O ISPUP assumirá um papel de relevo no consórcio, enquanto responsável pela área da divulgação e comunicação, ajudando a levar o conhecimento produzido aos vários parceiros do projeto e à comunidade”.
Integram o consórcio 30 instituições de 13 países da União Europeia, entre as quais se incluem instituições académicas, pequenas e médias empresas, organizações públicas e farmacêuticas.