Em 1888, 33 peritos da área científica fundaram a National Geographic Society para partilharem conhecimentos e iniciarem novas investigações. Mais de um século depois, é a história da que viria a tornar-se uma das mais icónicas instituições do mundo que se celebra em “Um Século e Tanto: 130 anos da National Geographic”, título da exposição que vai estar patente até julho de 2020, nas renovadas instalações do Pólo Central (Reitoria) do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP).

Uma viagem à descoberta “da investigação e exploração nas mais diversas áreas da ciência e tecnologia” é a proposta de uma exposição que desafia os visitantes a percorrer toda a história da National Geographic Society através de mais de 300 fotografias, mapas e objetos provenientes, na sua maioria, do museu da organização, em Washington D.C. (EUA).

Ao longo das nove secções da exposição, é então possível recordar momentos célebres como a chegada de Robert Peary (na foto acima) ao Polo Norte, em 1909, a descoberta de Machu Picchu, o toque de Jane Goodall a um chimpanzé recém-nascido, ou as viagens do oceanógrafo Jacques-Yves Cousteau a bordo do seu Calypso. A estes junta-se uma seleção de 200 capas da revista National Geographic, incluindo a primeira fotografia de natureza publicada naquela publicação.

Jacques-Yves Cousteau dá a conhecer Denise, o seu revolucionário “disco” de mergulho patrocinado pela National Geographic Society. (Foto: Thomas J. Abercrombie, 1960)

Contribuição portuguesa

Mas a exploração e investigação portuguesas também não são esquecidas. Para o efeito, a exposição reúne igualmente fotografias, ilustrações, mapas e objetos das coleções do MHNC-UP e de entidades parceiras, como a Sociedade de Geografia de Lisboa, o Museu de Marinha e o Museu Nacional de História Natural e da Ciência – Universidade de Lisboa.

Desta contribuição “made in Portugal” destaca-se, entre outros, o “Padrão de Santo Agostinho”, colocado por Diogo Cão em 1483 no Cabo de Santo Agostinho, (atualmente Cabo de Santa Maria),a sul de Benguela (Angola).

Já do espólio cedido pelo MHNC-UP destacam-se, por exemplo, os cadernos de campo, imagens, relatórios e espécimes de herbário relativos à expedição científica à Serra da Estrela, realizada em 1881. Ou então os exemplares de mamíferos, répteis e aves recolhidos pelo explorador Francisco Newton durante a sua expedição zoológica a Angola, realizada entre 1903 e 1905.

A exploração atual está igualmente representada, através das histórias protagonizadas por três bolseiros National Geographic portugueses que estão a desenvolver projetos-chave em áreas tão diversas como a arqueologia, ecologia e conservação da natureza.

O futuro começa agora

“Um Século e Tanto: 130 anos National Geographic” serve então de “aperitivo” para o que será o futuro Polo Central do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto. “É absolutamente fabuloso poder abrir os espaços do Museu para receber esta extraordinária exposição, que nos conta a história de como a curiosidade que naturalmente nos caracteriza tem permitido à National Geographic dar a conhecer novas realidades e fenómenos, sempre de uma forma profundamente estimulante”, explica Nuno Ferrand de Almeida, diretor do MHNC-UP.

Numa altura em que ainda decorrem os trabalhos de requalificação dos espaços do Museu, o diretor nota que “é fundamental poder desvendar desde já o nosso projeto para o Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto com esta exposição temporária de inestimável valor” e que “nos permite dar a conhecer ao público as mais fascinantes histórias de exploração nacional”.

Um grupo de mulheres regressa da sua caminhada de duas horas para recolher lenha, em Gojal, no Paquistão. (Foto: Matthieu Paley, 2014)

Ferrand de Almeida deixa, por isso, o convite a todos os que passarem pela Reitoria nos próximos nove meses: “Que venham conhecer o futuro Museu da Universidade do Porto e se encantem com mais de um século de história dada a conhecer por aquela que é uma das marcas mais queridas do público, reconhecida internacionalmente como sinónimo de inspiração”.

Satisfeito com a escolha da U.Porto para acolher a exposição mostra-se igualmente Luís Fernambuco, Diretor-Geral da National Geographic Partners em Portugal. Lembrando “outras exposições que tivemos oportunidade de trazer para Portugal e pelas quais passaram centenas de milhares de pessoas”, o responsável destaca que “é um verdadeiro privilégio ter como parceiro o Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto”. E sentencia. “Não poderia haver um espaço mais adequado para mostrar o espólio da National Geographic”.

Quando e onde

A exposição “Um Século e Tanto” estará patente ao público até 19 de julho de 2020 e pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 10h00 às 18h00, no Polo Central do MHNC-UP, situado no Edifício Histórico da Reitoria da U.Porto. A entrada faz-se pelo Jardim da Cordoaria.

Os preços dos bilhetes (a disponibilizar brevemente) podem ser consultados aqui. Os interessados podem comprar um bilhete conjunto para a exposição ‘Sharks’, patente na Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva do MHNC-UP.

Mais informações aqui.