Aos 37 anos, Tiago Campante espera “consolidar o papel de investigador independente”. (Foto: DR)

O astrofísico Tiago Campanteinvestigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), acaba de conquistar uma bolsa individual ‘Marie Skłodowska-Curie’, no valor de 160 mil euros, que irá aplicar no estudo da evolução das estrelas e dos planetas.

O projeto agora distinguido pela Comissão Europeia visa detetar e caracterizar planetas gasosos em torno de estrelas mais evoluídas que o Sol, as chamadas gigantes vermelhas, usando para tal dados obtidos pelo satélite TESS da NASA. Tiago Campante  espera deste modo “perceber de que forma a evolução estelar afeta a própria evolução dos sistemas planetários”. O projeto, a iniciar em outubro de 2018 e com a duração de dois anos, terá como instituição de acolhimento o Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP).

Para Tiago Campante, a conquista da Bolsa Marie Curie vem, “pelo seu elevado prestígio, reforçar a presença internacional e competitividade do Centro de Astrofísica da U.Porto”. A nível pessoal, o investigador de 37 anos espera “consolidar o papel de investigador independente e alimentar o desígnio de obter uma posição académica permanente no seio da Universidade”.

Licenciado em Física e Matemática Aplicada pela FCUP (2007),  Tiago Campante concluiu o Programa Doutoral em Astronomia da Universidade do Porto em 2012, período durante o qual dividiu o seu tempo entre a U.Porto e a Universidade de Aarhus (Dinamarca). Posteriormente, fez um pós-doutoramento na Universidade de Birmingham (Reino Unido), onde permaneceu durante cinco anos.

Já em 2017, e após breve passagem pela Universidade de Göttingen (Alemanha), regressou ao Porto como Professor Auxiliar Convidado do Departamento de Física e Astronomia da FCUP. Em paralelo, desenvolve o seu trabalho de investigação no polo do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) na U.Porto.

Especialista em física estelar e ciência exoplanetária, Tiago Campante conta com mais de 100 publicações em revistas científicas da especialidade (incluindo as prestigiadas Nature e a Science), assumindo ainda um papel ativo em várias missões da NASA (Kepler/K2 e TESS) e da Agência Espacial Europeia (PLATO).

Sobre as Bolsas Marie Curie
Inspiradas no nome da cientista franco-polaca galardoada com dois Prémios Nobel e reputada pelo seu trabalho no domínio da radioatividade, as Ações Marie Skłodowska-Curie (MSCA) são um mecanismo instituído pela Comissão Europeia com o propósito de melhorar o potencial criativo e inovador de investigadores em todas as fases da carreira, independentemente da sua nacionalidade.

Para se conseguir uma destas bolsas é necessário comprovar um currículo excecional no que diz respeito a investigação, publicações, ações de divulgação e formação, e reconhecimento internacional. As propostas são depois avaliadas por um painel de especialistas independentes e classificadas de acordo com a sua excelência, impacto, e qualidade e eficiência da sua aplicação.