Rui Silva é alumnus da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) , e graças a uma bolsa Vulcanus, viveu 365 dias inesquecíveis no Japão. Entre um seminário de integração, um curso de japonês e um estágio muito exigente, o antigo estudante ainda conseguiu conhecer alguns cantos da Ásia e, imagine-se, encontrar a mulher da sua vida – portuguesa e da FEUP!

A aventura começou um mês depois de ter concluído o Mestrado Integrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores na FEUP quando embarcou numa viagem até ao Japão no âmbito do Programa Europeu Vulcanus, que proporciona estágios de um ano em várias cidade nipónicas. Foi através de um e-mail da Divisão de Cooperação da FEUP que Rui Silva tomou contacto com o Programa: viu aqui uma oportunidade interessante, candidatou-se e foi aceite!

“Aterrou” no Japão a 31 de agosto de 2016 de mente totalmente aberta – afinal, ia ali viver precisamente 365 dias – mas a verdade é que ficou surpreendido com a facilidade de integração, muito graças ao suporte fornecido pelo Vulcanus. Na primeira parte do programa, composta por um seminário de integração e por um curso de língua japonesa, Rui tinha aulas de manhã e até ao meio da tarde. O tempo que sobrava era ocupado com o curso de japonês, trabalhos de casa e estudo. Ao fim-de-semana passeava por zonas à volta de Tóquio e saía com o seu grupo. Quando começou estágio propriamente dito, na empresa Asial Corporation, foi-lhe atribuída a função de desenvolvimento de componentes para aplicações móveis híbridas. Esta fase, apesar de mais exigente a nível de horas de trabalho, libertava-o nas folgas para fazer viagens até pontos asiáticos mais distantes.

As diferenças entre a realidade portuguesa e nipónica são imensas: “quase tudo é diferente! Os carros e as pessoas circulam pela esquerda, as maçanetas fecham e abrem para o lado contrário, há mini cápsulas para se dormir, existem normas sociais inversas às nossas, a gastronomia é um abalo, a linguagem super complexa e a própria mentalidade e ética das pessoas são diferentes. Existem tantas diferenças que se torna difícil sumarizar”, refere Rui. E sabendo que a vida é uma verdadeira caixinha de surpresas, foi preciso chegar ao Japão para que conhecesse a sua atual namorada. E não, não é japonesa; é “tripeira” e, adivinhe-se, também estudou na FEUP!

Na verdade, a grande conclusão que Rui retira desta experiência é que recomenda vivamente qualquer estudante a aproveitar o Vulcanus: “é um programa extraordinário, a bolsa é generosa e permite pagar tudo e é perfeito para quem quer conhecer profundamente o Japão (e de certa forma a Ásia), conhecer pessoas internacionais, desenvolver capacidades técnicas na sua área e desfrutar de um ano de abertura de espírito quiçá inigualável”.

Programa Vulcanus: o que é?

Inaugurado em 1997, o programa Vulcanus é financiado pelo EU-Japan Centre for Industrial Cooperation (uma joint venture cofinanciada pela Comissão Europeia e o Ministério de Economia, Comércio & Indústria Japonês) e tem como grande objetivo oferecer oportunidades de estágios no Japão a estudantes da União Europeia (UE).

Os estágios arrancam no início do mês de setembro e terminam em agosto do ano seguinte, de forma a conciliar o período de realização do estágio com o ano académico dos estados membros da EU, e desafia os seus participantes a conhecerem as tecnologias utilizadas por empresas de topo japonesas, dotando-os de competências que favoreçam a interação com o mundo empresarial japonês na sua futura carreira, sem esquecer o contacto com a cultura japonesa através de uma experiência enriquecedora.

Estruturado em três fases – um seminário de uma semana no Japão; um curso intensivo de quatro meses da língua Japonesa em Tóquio e um estágio de oito meses numa empresa japonesa, o Vulcanus oferece uma bolsa de cerca de 14.600€ (1 900 000 yen) para o total das despesas (viagens e necessidades diárias), uma vez que o seminário, curso de línguas e alojamento são gratuitos.

A FEUP colabora com o programa desde 2005 e já “levou ao Japão” mais de 15 estudantes.