A vida e a obra do filósofo dinamarquês pode ser conhecida até 16 de dezembro, na Biblioteca Central da FLUP.

A Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) promove, ao longo dos próximos meses, um ciclo de eventos centrados na vida e na obra de Søren Kierkegaard, o “pai” do Existencialismo e um dos mais influentes autores do pensamento filosófico contemporâneo.

No ano em que se celebra o bicentenário do nascimento do filósofo dinamarquês, esta iniciativa tem como ponto central a exposição “Søren Kierkegaard: um dinamarquês universal”, a inaugurar esta terça-feira, dia 12 de novembro, na Biblioteca Central da FLUP. Ali, os visitantes poderão conhecer alguma bibliografia da Biblioteca da FLUP de e sobre Søren Kierkegaard (1813-1855), bem como  um conjunto de 16 painéis descritivos da sua vida e obra.

A inauguração da exposição será assinalada com uma conferência sobre “A atualidade de Kierkegaard”, proferida por Luís de Araújo, professor do Departamento de Filosofia da FLUP. A sessão, com entrada livre, tem início às 17h30, no anfiteatro nobre da FLUP, e vai contar com a presença do Embaixador da Dinamarca em Portugal.

A exposição vai ficar patente até 16 de dezembro e pode ser visitada no horário de funcionamento da Biblioteca da FLUP. O encerramento do evento será assinalado com um Colóquio em que se vai refletir o“Pensamento e obra de Søren Kierkegaard”. Mais informações aqui.

Sobre Kierkegaard

A obra de Søren Kierkegaard – muita dela escrita sob pseudónimo – atingiu, em vida do autor, um escasso número de leitores. Contudo, a partir do início do séc. XX, passou a ser objeto de intensa e generalizada investigação. Kierkegaard exerceu uma influência significativa em filósofos de várias escolas e nacionalidades, entre os quais se contam Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir e Albert Camus, e também Miguel de Unamuno, Martin Heidegger, Karl Jaspers e Ludwig Wittgenstein, e, na atualidade,  Alain Badiou ou Slavoj Žižek. A sua influência estende-se a outros autores como campo da teologia Dietrich Bonhoeffer, Paul Tillich, Karl Bath e Rudolf Bultmann (na teologia), Henrik Ibsen, August Strindberg e Franz Kafka (literatura), entre muitos outros..

Em Portugal, durante o séc. XX, o trabalho do filósofo dinamarquês gerou também o interesse de sucessivas gerações de tradutores e de filósofos, entre os quais se destacam Adolfo Casais Monteiro (1908-1972), José Marinho (1904-1975),  Delfim Santos (1907-1966), ou Eduardo Lourenço (n. 1923). Já na primeira década do séc. XXI, surge um novo fôlego na investigação kierkegaardiana, mais enraizada na universidade e traduzida na publicação das primeiras traduções a partir do original dinamarquês, acompanhadas pela realização regular de conferências e pela publicação de estudos sobre a obra do autor.