Investigadores e Termalistur, lado a lado na busca de novos meios de estudar as aplicações da água termal.

Investigadores e Termalistur, lado a lado na busca de novos meios de estudar as aplicações da água termal.

“Apraz-me ver tanta gente reunida a falar sobre as termas e a procurar soluções para os nossos desafios”. As palavras pertencem a Vítor Leal, presidente do Conselho de Administração da Termalistur, e assinalaram a participação daquela empresa de termas de S. Pedro do Sul a em mais uma sessão A2b (Academia to Business), promovida pela Universidade do Porto, numa organização conjunta da Universidade do Porto Inovação (UPIN) e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS).

Com uma forte aposta na área da dermocosmética, a Termalistur veio à U.Porto desafiar os investigadores a conhecer melhor as propriedades da água termanl e a propor novos meios de estudar as suas aplicações. “Sabemos que a água termal de S.Pedro do Sul funciona, mas porquê? Que mecanismos de ação são responsáveis por esses efeitos? Como maximiza-los? Haverá outros?”, foram algumas das questões colocadas por Ana Jorge, representante da empresa, motivando os investigadores da U.Porto e institutos associados a envolverem-se nesta dinâmica de modo a potenciar ainda mais os benefícios da água termal quer para a saúde, quer para a dermocosmética.

A Termalistur tem já uma forte componente ligada à investigação, mas pretende continuar a desenvolver esse aspeto. “O Pólo de Criatividade, Cosmética e Bem-Estar (NestPólis) pretende acolher iniciativas empresariais centradas na investigação, para diversificar o âmbito de aplicação da água termal”, explicou Ana Jorge. O principal objetivo passa por fornecer um ambiente que instigue troca de ideias e a inovação nas termas, uma vez que “a água termal é o bilhete de identidade em S.Pedro do Sul”. Pata tal, a empresa conta já com o apoio Marta Ferreira, da Inovapotek, empresa spin-off U.Porto que tem estado ligada a este projeto.

A maioria dos investigadores, treze no total, vinha das áreas da saúde (Faculdade de Medicina, Farmácia, ICBAS, IPATIMUP, IBMC), que aproveitaram a ocasião para falar de alguns projetos atualmente em curso nas suas unidades de investigação. Entre as temáticas abordadas falou-se nas melhores maneiras de fazer testes (uma vez que os testes em animais, na área da cosmética, são proibidos), e também de novos métodos para analisar as células em vários tipos de tecidos. Já Ralph Urbatzka, investigador do CIIMAR, abordou a importância de analisar todos os compostos da água termal, podendo assim descobrir-se novos mecanismos de atuação deste bem precioso.

Além dos investigadores estiveram presentes empreendedores de empresas sedeadas no UPTEC, como foi o caso de João Teixeira da Diapotek, que propôs estudar a maneira como a terapêutica das termas atua em diferentes patologias, ensinando os pacientes a tirar melhor proveito do tratamento. Esta foi também uma temática bastante abordada pelos investigadores, no sentido em que é importante atentar às especificidades de cada visitante das termas, estudando as melhores maneiras de corresponder às suas necessidades. Berta Martins da Silva (ICBAS) foi ainda mais longe, falando da necessidade de estudar a genética dos pacientes que procuram as termas, disponibilizando-se para analisar o que têm em comum e o que os diferencia. Os presentes tiveram também direito a ouvir lições de Pedro Cantista (ICBAS), especialista em hidrologia médica e promotor do termalismo em Portugal.

No final da sessão, Vítor Leal referiu a importância de sessões deste género para aproximar a Universidade e o meio empresarial, sendo esse o principal motivo da visita da Termalistur: “Levamos daqui muitas ideias para abraçar e continuar a desenvolver o termalismo”, referiu. Essas propostas serão agora estudadas pela empresa, podendo vir a desenhar-se várias colaborações com os investigadores no futuro.