jardim_fbaupArtistas, professores e alunos, todos juntos a trabalhar em conjunto dentro da sala de aula. Desde o início do ano, é esse o cenário improvável vivido nas várias escolas primárias de norte a sul do país que participam num projeto europeu liderado pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP) que visa a promoção de boas práticas no âmbito do ensino das artes visuais.

Para conhecer os contornos do CREARTE é preciso recuar até fevereiro, altura em que um grupo de artistas visuais começou a instalar-se em 14 escolas primárias do Porto, de Viseu, de Vila Nova de Gaia, de Matosinhos e do Bombarral. Consigo levaram a missão de “incentivar estratégias de aprendizagem através da arte contemporânea que permitam aos estudantes ser ativamente envolvidos com as questões que os preocupam”, explica Catarina Martins, professora da FBAUP, em declarações à agência Lusa.

Da dramatização ao diálogo, passando pela experimentação e pela reflexão, foram várias as estratégias utilizadas para promover uma maior participação dos alunos na sua aprendizagem, abrindo-lhes ao mesmo tempo novas perspetivas vocacionais. Por outro lado, pretendeu-se que as interações com os artistas proporcionassem um espaço criativo para a exploração através de métodos e técnicas, ideias, conceitos e questões.

Mas não só os alunos a ganhar com esta colaboração entre as escolas e os artistas. Entre os principais alvos do projeto estão os próprios professores, aos quais é oferecida formação de alta qualidade de modo a dotá-los de novos métodos, ferramentas e recursos que lhes permitam apoiar a conceção de projetos colaborativos que respondam às necessidades dos alunos.

Depois de um primeiro conjunto de visitas, realizzadas entre fevereiro e junho, os artistas vão regressar às escolas primárias já no próximo mês de janeiro, altura em que se  inicia também mais uma etapa das formações locais aos professores, no Porto, em Coimbra e em Lisboa. Para Catarina Martins, contudo,”já se sente o impacto que o projeto criou nas escolas por onde passou, do ponto de vista da abertura de novos recursos, novas metodologias de trabalho, novas formas de encarar a expressão artística nesses espaços”.

Expandir o CREARTE para lá das fronteiras dos países participantes é outro dos propósitos de um projeto que, para além de Portugal, inclui ainda instituições parceiras de Espanha, Reino Unido, Suécia e Chipre. A grande meta passa pela crição de uma rede europeia de profissionais que permita facilitar a construção de parcerias entre escolas e comunidades de artistas visuais. dos diferentes países parceiros.

Entre as medidas a implementar até ao final do projeto, agendado para agosto de 2017, inclui-se o desenvolvimento de uma plataforma online que servirá como um recurso e ponto de contacto para a cooperação entre as escolas e os artistas envolvidos no projeto. Prevista está ainda a organização de um conjunto de eventos públicos que servirão para divulgar o projeto e os seus resultados junto dos diferentes parceiros.

Financiado pela Comissão Europeia no âmbito do Programa ERASMUS+ Ação-Chave 2 Parceria Estratégica de Ensino Escolar), o projeto é liderado pela FBAUP, através do Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade (i2ADS). As outras instituições parceiras são o Instituto Pedagógico e o Ministério da Educação e Cultura do Chipre, a Universidade de Jaen (Espanha), a INSEA – Organização Internacional de Educação através da Arte, o Goldsmith’s College (Reino Unido), e o BUFF Film Festival – festival de cinema infantil (Suécia).