Dos 149 pedidos de patente europeia submetidos por instituições portuguesas em 2017, 12 têm o selo da Universidade do Porto. Os resultados recentemente divulgados pelo European Patent Office (EPO) colocam a U.Porto com um dos principais motores de inovação em Portugal.

Os dados dizem respeito ao perímetro consolidado da Universidade do Porto, incluindo as Faculdades e os Institutos Associados. Das 12 patentes registadas, seis são provenientes de Unidades Orgânicas e foram geridas pela U.Porto Inovação – o gabinete de transferência de conhecimento da Universidade do Porto. Três patentes são da área da Saúde, duas da Energia e uma das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação.

Os outros seis pedidos foram realizados pelo INESC TEC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência e inserem-se nas áreas das telecomunicações, tecnologia médica e tecnologia audiovisual.

“A U.Porto está fortemente empenhada na inovação e respetiva valorização do conhecimento. Neste âmbito, um eixo estratégico de suma importância passa pela proteção e comercialização da propriedade intelectual. Em particular no que se refere a patentes, o nosso percurso tem sido notável. Possuímos hoje mais de 240 patentes ativas, o que representa um crescimento de quase 60% em apenas 3 anos”, diz Carlos Brito, Pró-Reitor para a Inovação e o Empreendedorismo na U.Porto.

Os pedidos realizados pelo INESC TEC inserem-se nas áreas tecnológicas das telecomunicações, tecnologia médica e tecnologia audiovisual.

Já de acordo com Catarina Maia, responsável pelo Serviço de Apoio ao Licenciamento (SAL) do INESC TEC, o resultado que o instituto alcançou “só foi possível com o esforço de todos, particularmente dos nossos investigadores que, atempadamente, cuidaram da escrita dos pedidos”. Ainda assim, “o trabalho nesta área não está de todo completo, este é mais um sinal das sementes que estamos a lançar para o futuro da instituição”, remata.

Segundo dados divulgados pelo EPO, comparativamente com 2016, Portugal submeteu em 2017 um menor número de pedidos de patente (descida de 5,7%), contudo foram-lhe atribuídas mais patentes (de 59 em 2016 para 68 patentes em 2017).

Os países que apresentaram mais pedidos foram os Estados Unidos (26% dos pedidos), a Alemanha (15%), o Japão (13%), a França (6%) e a China (5%). Portugal ficou em 35.º lugar com cerca de 0,1% dos pedidos. Quando a análise é feita em termos de número de pedidos por milhão de habitantes, Portugal ocupa a 30.ª posição, com cerca de 13,7 pedidos. No ranking encabeçado pela Universidade do Porto destacam-se também o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), com oito pedidos, e a empresa Biosurfit, com seis pedidos.

A tecnologia médica foi a área tecnológica que registou o maior número de pedidos de patente, seguida da comunicação digital e das tecnologias de computadores. No entanto, a área que assinalou a maior subida foi a da biotecnologia.

Sempre a crescer

No que diz respeito à propriedade intelectual, 2017 foi um ano muito positivo para a inovação na Universidade. Chegaram à U.Porto Inovação mais de 30 comunicações de invenção provenientes principalmente das faculdades de Ciências, Engenharia, Farmácia e ICBAS. A juntar a esse número, foram submetidos junto do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) 11 pedidos de patente portuguesa, e a U.Porto alcançou também uma concessão a nível nacional.

No que diz respeito a território internacional, a U.Porto conta, no ano passado, 40 pedidos de extensão em países como Estados Unidos, Japão, Austrália, China, Rússia, Brasil, etc. Alcançaram-se também várias concessões em outros países (29, no total), nomeadamente 3 nos Estados Unidos, 3 em Singapura, 2 no Japão e 1 na Rússia.