corno de Palanca-negra gigante

Corno de Palanca-negra gigante, pertencente ao acerto do Museu de História Natural da U.Porto (Foto: DR)

É um corno de Palanca-negra gigante, tem cerca de um metro de diâmetro, pertence ao acervo do Museu de História Natural da Universidade do Porto e no próximo sábado, dia 28 de novembro, vai ser um dos temas de conversa no Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto, em mais uma sessão do ciclo “Um Objeto e seus Discursos”, promovido pela Câmara Municipal do Porto.

Tendo como pretexto dois dos “tesouros” museológicos da U.Porto – o corno da Palanca-negra gigante, símbolo de Angola, e um outro corno de Rinoceronte -, Pedro Vaz Pinto, Nuno Ferrand de Almeida e António Modesto vão passar pela “casa-mãe” da Universidade para partilhar histórias que cruzam arte e ciência.

Pedro Vaz Pinto é investigador do  Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto / InBIO Laboratório Associado (CIBIO-InBIO) e é o vencedor da edição 2013 do Prémio Internacional Terras Sem Sombra para a área de biodiversidade pelo seu trabalho de conservação da Palanca-negra gigante, antílope que apenas existe em Angola e que se encontra em elevado risco de extinção.

Entre 2002 e 2004, no decurso de expedições realizadas pela equipa de Pedro Vaz Pinto ao Parque Nacional da Cangandala, próximo de Malanje, foram obtidos os primeiros indícios da presença dos animais, tais como rastos e amostras de fezes, para além de observações fugazes. Contudo, foi apenas em 2005 que, com a identificação fotográfica de oito animais, se provou a sobrevivência da Palanca. Segundo Pedro Vaz Pinto, “a conservação da Palanca-negra gigante é de grande relevância, dado tratar-se de um animal em risco crítico de extinção, restando menos de 100 exemplares vivos”.

Diretor do CIBIO-InBIO na U.Porto, Nuno Ferrand é especialista em biologia evolutiva, professor catedrático no departamento de Biologia da Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP), onde ensina genética e evolução), e diretor do Museu de História Natural da Universidade do Porto. Já estudou igualmente a evolução de várias espécies de anfíbios e répteis na Península Ibérica e Norte de África. Num percurso sempre ligado à divulgação didática publicou 150 artigos científicos e organizou algumas exposições, das quais se pode destacar a “Evolução de Darwin” e “Invasão da Casa Andresen |Animais de Museu”.

Estas sessões do ciclo “Um Objeto e seus Discursos”, têm já por tradição o cruzamento da ciência com a arte, sendo que a próxima não será exceção. António Modesto, professor de design de comunicação na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP), apresentará algumas abordagens à representação visual, técnica/artística/simbólica dos objetos selecionados.

A sessão tem início às 18h00. A entrada é livre.