Plataforma online permitirá aos investigadores aceder livremente a dados de cerca de 6 milhões de pessoas a nível europeu. (Foto: DR)

A Universidade do Porto, através do centro Porto4Ageing, é uma das 17 instituições europeias que integram o consórcio FAIR4Health – “Improving Health Research in EU through FAIR Data”, um projeto que tem como objetivo facilitar e encorajar a comunidade científica europeia a partilhar e reutilizar bases de dados resultantes de projetos de investigação.

Financiado pela Comissão Europeia através do programa Horizonte 2020, este projeto contará com um investimento de quase três milhões de euros para desenvolver uma plataforma online que juntará diversas bases de dados provenientes de outros projetos de investigação na área da saúde. Reunindo dados de cerca de seis milhões de pessoas a nível europeu, essa plataforma será de acesso livre a investigadores e empresas.

“É importante fazer-se investigação com dados reais dos docentes, na medida em que isto faz com que os investigadores rentabilizem o seu trabalho. No fundo, é pensarmos que no futuro podemos fazer investigação a mais baixo custo porque a base de dados vai ser disponibilizada gratuitamente e as pessoas vão deixar de ter o trabalho de fazer a colheita de dados”, esclarece Elísio Costa, diretor do centro Porto4Ageing, em declarações à Agência Lusa.

Para testar a utilidade desses dados serão desenvolvidos dois estudos de caso. O primeiro visa apoiar a descoberta de fatores desencadeadores de doença e padrões de doença associada a doentes com co-morbididades. O outro estudo tem como objetivo prever o risco de readmissão hospitalar em doentes crônicos complexos (a 30 dias).

Os resultados do projeto serão posteriormente utilizados na estratégia da Comissão Europeia sobre a gestão de dados gerados por projetos de investigação com financiamento público.

Coordenado pelo Hospital Universitário Virgen del Rocío do Serviço de Saúde da Andaluzia (SAS), o consórcio FAIR4Health reúne 17 parceiros de Espanha, Portugal, Itália, Reino Unido, Alemanha, Suíça, Áustria, Holanda, Bélgica, Sérvia e Turquia. Entre eles incluem-se seis organizações dedicadas a investigação em saúde, duas universidades reconhecidas internacionalmente como especialistas na gestão de dados, duas universidades e dois institutos com sólida experiência em informática médica e cinco empresas.

O projeto iniciou oficialmente no dia 1 de dezembro de 2018 e será implementado durante os próximos três anos.