Os participantes do programa contam com a orientação de técnicos especializados.  (Foto: CDUP.UP)

Estudante do 6.º ano da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, David Peres está dependente de uma cadeira de rodas devido a uma lesão vertebro-medular nível C5-6. Mas isso não o impede de ter uma vida ativa, ou não fosse presença assídua no Programa de Desporto Adaptado lançado em 2013 pelo Centro de Desporto da Universidade do Porto (CDUP-UP) e destinado a pessoas com mobilidade reduzida e com outras necessidades especiais.

“Em condições normais seria impossível para mim ser autónomo para fazer natação ou ginásio”, explica David, para quem “o facto de o CDUP-UP ter desporto adaptado, disponibilizando um treinador específico para as atividades, espelha a sua responsabilidade social, no sentido em que permite igualdade de oportunidades a todos os estudantes , sem exceção”.

Integrado no Programa UPFit da U.Porto, o programa funciona  na Faculdade de Desporto (FADEUP) e engloba a Natação e a Musculação Adaptada, mas também ele se adapta às necessidades e desejos dos utilizadores. “Já pratiquei natação, no entanto atualmente faço ginásio duas vezes por semana”, atesta David Peres.

O CDUP-UP dispõe de instrutores devidamente qualificados para proporcionar estas atividades, o que revelou ser um ponto fundamental para David, pois “a disponibilidade e criatividade do meu treinador é essencial na adaptação dos exercícios à minha limitação de mobilidade e dos grupos musculares que tenho funcionais. A boa relação e empatia entre nós também muito contribui para o sucesso destas sessões”, conta.

David é estudante do 6º ano da Faculdade de Medicina da U.Porto.

David Peres é estudante do 6.º ano da Faculdade de Medicina da U.Porto. (Foto: CDUP.UP)

O impacto do programa na qualidade de vida das pessoas com mobilidade reduzida é também notório para o futuro médico.”A prática de ginásio é para mim muito importante sob o ponto de vista físico, denotando quotidianamente maior facilidade no desempenho das minhas atividades da vida diária (em consequência do fortalecimento dos membros superiores), por exemplo, denotei maior agilidade nas transferências da cadeira de rodas para o carro ou cama e vice-versa”, diz.

Sob o ponto de vista psicológico, “a questão da imagem corporal é, muitas vezes, um assunto sensível para as pessoas com deficiência. A prática de desporto contribui, sem dúvida, para o bem-estar psicológico de quem o pratica e, no caso das pessoas com deficiência, também promove a sua visibilidade, contribuindo para a desejável diversidade da sociedade. Desde que estou neste programa sinto-me melhor comigo mesmo e isso denota-se na relação com os outros”, revela David.

David Peres pratica assiduamente as sessões de musculação adaptada, acompanhado pelo instrutor do CDUP-UP Tiago Marques e aconselha todo o público que se enquadra neste Programa de Desporto Adaptado a “experimentar e a desafiar as suas limitações”.

Para mais informações sobre o Programa de Desporto Adaptado, contactar o Centro de Desporto da U.Porto através do e-mail [email protected] e/ou do telefone 22 207 41 64.