Pré-construção do radiotelescópio inclui a instalação de antenas na África do Sul, Moçambique, Austrália e Nova Zelândia. (Imagem: DR/SKA)

A Universidade do Porto, através do Centro de Investigação em Ciências Geo-Espaciais (CICGE) da Faculdade de Ciências (FCUP), integra o consórcio de investigação português que vai participar no desenvolvimento do Square Kilometer Array (SKA), um radiotelescópio gigante que terá como missão descobrir pistas sobre o início do universo e da vida.

Com capacidade para produzir um exabyte de informação por segundo (mais do que toda a internet), o SKA terá a capacidade de “varrer” o céu 10 mil vezes mais rápido e com sensibilidade 50 vezes maior que a de qualquer outro telescópio. Também por isso,  os desafios do ponto de vista da engenharia computacional, de materiais, da energia e da monitorização são verdadeiramente enormes”, explica Domingos Barbosa,  investigador da Universidade de Aveiro e coordenador do consórcio nacional.

Entre os desafios que se colocam à equipa portuguesa destaca-se, por exemplo, a descoberta de uma solução inovadora que permita para executar o transporte da grande quantidade de dados recolhidos da forma mais eficiente possível. Aos investigadores nacionais caberá ainda sabe alimentar o SKA com tecnologias de energia solar e redes inteligentes de energia, bem como descobrir como é que sistemas de computação em nuvem podem reter toda a informação recolhida.

O SKA terá a capacidade de “varrer” o céu 10 mil vezes mais rápido do que qualquer outro telescópio. (Imagem: DR/SKA)

Na U.Porto, a equipa de investigação – composta por Sonia Antón e Dalmiro Maia, ambos rádio-astrónomos e investigadores do CICGE / FCUP – está focada no “desenvolvimento de um test-site para instrumentação do SKA”. O principal objetivo passa pelo desenvolvimento de “tecnologia que possa fornecer energia 24h/7dias às antenas, algo que pode ser critico em lugares sem rede elétrica”,  descreve Sonia Antón, cientista especializada na área de Astronomia Extragalática, em particular na formação e evolução de galáxias, e em  galáxias com buracos negros.

A primeira fase de pré-construção do Square Kilometer Array arrancou a 1 de novembro e inclui a instalação de milhões de antenas na África do Sul, Moçambique, Austrália e Nova Zelândia, às quais caberá a recolha de dados que serão processados por aquele que será dos mais potentes supercomputadores do mundo (o centro de processamento principal ficará sediado em Manchester). O projeto deve estar concluído em 2020 e custará perto de dois mil milhões de euros.

Para além da U.Porto e do polo do Instituto de Telecomunicações na UA, o consórcio nacional integra também o Instituto Politécnico de Beja e terá como parceiros industriais a Martifer Solar, a Critical Software, a Ative Space Technologies, a LC Technologies, a Logica EM, a PT Comunicações SA e a Coriant.