Equipa do projeto "Sabrosa: Território e Património", FLUP | Google Arts & Culture

O projeto contou com o envolvimento de uma equipa alargada de estudantes e docentes do Mestrado em História da Arte Portuguesa da FLUP. (Foto: DR)

Depois do “Porto Património Mundial”, “A tradição sineira a norte de Portugal”, “Afurada – Janela de identidades” e “As Rendas de Bilros – Tradição e Património”, a Universidade do Porto está de regresso ao Google Cultural Institute – agora denominado de Google Arts & Culture – com mais um projeto que revisita o património cultural português. Desta vez o cenário é o Alto Douro Vinhateiro, fonte de inspiração para “Sabrosa: Território e Património”, projeto desenvolvido no âmbito do Mestrado em História da Arte Portuguesa da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP) e que resultará numa exposição virtual (bilingue) a ser disponibilizada naquela plataforma virtual a partir do próximo dia 23 de setembro, pelas 16h30.

O sucesso dos resultados obtidos com o projeto anterior, dedicado ao Porto Património Mundial (2015), permitiu a definição de objetivos mais ambiciosos, explorando criticamente um território menos conhecido e geograficamente mais distante. O Alto Douro Vinhateiro (ADV) constitui uma paisagem cultural classificada como Valor Universal (UNESCO, 2001). Além de representar a evolução de uma cultura material e imaterial, o ADV construiu um tipo de paisagem que ilustra momentos representativos da história patente nos seus socalcos, quintas, aglomerados, capelas e caminhos. Trata-se de um testemunho único de uma tradição que ainda está viva e se modernizou, que usa e constrói nova paisagem, cria património material e mantém presente uma herança imaterial.

O ADV é, pois, Património Cultural Vivo. Partindo da ideia expressa por Carlos Alberto Ferreira de Almeida de que “o património não pode ser olhado apenas como uma reserva e, menos ainda, como uma recordação ou nostalgia do passado mas, antes, como algo que tem de fazer parte do nosso presente” (1998), a exposição foi construída entendendo o património como uma conjugação entre o passado e o presente, elegendo as freguesias que, pela sua localização, mais se relacionam com a cultura da vinha. A qualidade da paisagem do concelho, uma paisagem feita à mão – aspeto comum a todo o território do Alto Douro Vinhateiro – resulta do domínio de condições geomorfológicas adversas. Os valores estéticos da paisagem devem-se também ao duro trabalho do homem e ao controle das águas irregulares e turbulentas do rio Douro com a construção das barragens hidroelétricas.

A exposição apresenta dois níveis de discurso que se complementam. O da coleção, com imagens e textos para utilizações individuais diversificadas; e o percurso, que tem por base a montagem de imagens e possibilita diálogos visuais e dinâmicos. Os recursos proporcionados pela plataforma Google Arts & Culture permitem potenciar esta articulação através de zooms ou street views.

O projeto contou com a colaboração da Câmara Municipal de Sabrosa e de quatro quintas da região que acolheram os estudantes e docentes: Quinta da Marka, Quinta do Crasto, Quinta Nova de N. Sra. do Carmo e Quinta do Portal.

A inauguração de “Sabrosa: Território e Património” terá lugar no Espaço Miguel Torga, em São Martinho de Anta (Sabrosa) e encontra-se integrada na realização das Jornadas Europeias do Património 2016. Contará com a presença do Reitor da Universidade do Porto, Sebastião Feyo de Azevedo, da Diretora da FLUP, Fernanda Ribeiro e do Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, José Manuel de Carvalho Marques.