sessão A2B | Amorim Cork Composites (AAC)

Ao longo do encontro, os investigadores da U.Porto tiveram oportunidade de apresentar os seus projetos e discutir futuras colaborações com a ACC. (Fotos: U.Porto Inovação)

Começando em soluções para materiais de construção mais resistentes, passando pelos painéis, mobiliário e até calçado, foram muitos os desafios lançados pela Amorim Cork Composites (AAC) aos investigadores da U.Porto em mais uma sessão A2B organizada pela U.Porto Inovação. O evento decorreu no passado dia 6 de outubro e levou à ACC mais de 40 membros da U.Porto e Institutos Associados mas também de empresas spin-off e de empresas do Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto (UPTEC) interessadas na temática.

“Esta aproximação às universidades é absolutamente crítica, principalmente à Universidade do Porto, tendo em conta esta nossa relação que é histórica”. Foram as palavras de boas-vindas que Nuno Terrível, diretor de inovação da AAC, escolheu para acolher a comitiva. Assumindo-se numa “fase fantástica do ciclo de negócio”, Nuno Terrível revelou ser esta a altura ideal para abrir a porta a uma série de possíveis colaborações com a U.Porto, instituição a quem reconhece o valor demonstrado em colaborações passadas: “A AAC tem uma estratégia de desenvolvimento em rede e queremos continuar a abrir essa estratégia a vocês. Queremos que vocês, cada vez mais, pensem cortiça”, disse.

Investigadores das Faculdades de Arquitetura, Ciências e Engenharia, do INESC TEC e do INEGI tiveram oportunidade de apresentar os seus projetos e de que maneiras poderão, no futuro, colaborar com a corticeira, respondendo aos desafios de inovação da empresa. As competências reveladas passaram por testes e análises de vibrações, estudos sobre cinzas da cortiça para substituir cimento, sensorização e monitorização do material, estudo dos pisos e suas características, calçado, entre muitos outros. No meio da conversa sobre o futuro houve também lugar para se falar do passado e da história da cortiça, temática que muito interessou aos representantes da AAC: “Existe toda uma história de utilização da cortiça que conta milénios até chegar à industrialização. Compreendê-la pode ser muito vantajoso”, referiu Clara Vale, investigadora da Faculdade de Arquitectura da U.Porto.

Além dos investigadores, também as empresas Ecocubo, FS Dynamics, Galula, Iguaneye e Mice (spin-off U.Porto) estiveram presentes. Nuno Gomes, da Mice, em entrevista à TVU (ver vídeo abaixo), disse que a empresa está perfeitamente consciente da importância futura dos compósitos, principalmente os naturais, como a cortiça. Vê, por isso, este tipo de eventos “com muito interesse”.

Os desafios lançados pela AAC foram enquadrados em cinco segmentos de mercado que são prioritários para a empresa: Materiais de construção (reação ao fumo, ao fogo, performance acústica, controlo de vibrações); Construção de pisos (isolação térmica e acústica, utilização de materiais recicláveis); Painéis e compósitos; Mobiliário (resistência à radiação ultra violeta para evitar degradação de cor, resistência à água e ao fogo) e Calçado (propriedades biocidas e fragrâncias). A apresentação destas temáticas foi feita por vários membros da empresa, de diferentes cargos e áreas, e motivou uma discussão alargada sobre as soluções possíveis para cada um dos desafios. Em todos eles algum membro da comitiva da U.Porto, e também das empresas, foi capaz de indicar uma forma de colaboração com a Amorim, tornando o encontro muito frutuoso para ambas as partes.

No final da sessão, e antes do habitual networking à hora de almoço, Nuno Terrível estava confiante no reforço desta relação entre a academia e a empresa. Mesmo tendo referido, ao longo de toda a sessão, que a cortiça é um material “muito sui generis e com reações imprevisíveis”, o diretor de inovação revelou também que continua a ser surpreendido todos os dias: “As aplicações de cortiça espantam-nos frequentemente. Praticamente todos os meses alguém no mundo inventa uma nova maneira de usar cortiça. Sabemos que as soluções são muitas”, disse.

Sendo a Amorim Cork Composites uma organização que aposta frequentemente neste tipo de investimento, agora é só arregaçar as mangas e começar a trabalhar. “Vamos ser proactivos nesta busca de soluções. Esperamos ser surpreendidos pelas vossas ideias”, concluiu Nuno Terrível.

Esta sessão teve o apoio do U.Norte Inova, um projeto financiado pelo Norte2020, Portugal 2020 e União Europeia.