Raul Brandão (1867-1930) foi responsável pela publicação de uma extensa obra literária, que vai desde a ficção ao teatro e a livros de viagem.

A Reitoria da Universidade do Porto vai organizar ao longo do mês de março um conjunto de eventos que servem para comemorar os 150 anos do nascimento de Raul Brandão e os 100 anos da publicação de “Húmus”, obra maior do escritor e jornalista portuense e antigo estudante da Academia Politécnica do Porto (antecessora da U.Porto).

O programa de celebrações arranca a 10 de março, pelas 18h30, onde vai ter lugar a primeira de duas conferências, com a participação de José Carlos Seabra Pereira, professor da Universidade de Coimbra, que irá falar sobre a visão da vida e estilo de Raul Brandão. No dia 13 de março, também às 18h30, Nuno Júdice, da Fundação Calouste Gulbenkian, vai abordar o tema “O chiaroscuro na obra de Raul Brandão”.

No dia 17 de março, pelas 18h00, terá lugar uma mesa redonda no âmbito dos cem anos de “Húmus”. O evento vai contar com a presença de Pedro Eiras, professor da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP) e Vítor Viçoso e Álvaro Machado da Universidade de Lisboa. A moderação ficará a cargo de Maria João Reynaund, professora da FLUP. “Húmus” foi publicado originalmente em 1917, e é considerada uma obra que mistura o diário, através de visões e reflexões metafísicas, e de ficção simbólica, que alterna entre o monólogo do autor na primeira pessoa, e de um filósofo lunático, referido como um alter ego do escritor.

As comemorações do nascimento de Raul Brandão terminam na manhã do dia 18 de março (10h00) com uma visita por algumas zonas da cidade onde viveu o escritor, guiada pelo jornalista e Doutor Honoris Causa pela U.Porto, Germano Silva, reconhecido pelo seu contributo na divulgação e preservação da história e das tradições da Invicta.

Nascido a 12 de março de 1867 no n.º 12 da Rua da Bela Vista (atual Rua de Raul Brandão), na Foz do Douro, Raul Germano Brandão foi responsável pela publicação de uma extensa e diferenciada obra literária, que vai desde a ficção ao teatro e a livros de viagem. Além de escritor, foi também jornalista, contando com passagens pelo Correio da Manhã e pela Revista de Hoje, tendo sido, igualmente, chefe de redação dos jornais O Dia e A República. Enquanto estudante da Academia Politécnica do Porto, conviveu com outros jovens aspirantes a escritores, dos quais os nomes de António Nobre e Justino de Montalvão.

Raul Brandão faleceu no dia 5 de dezembro de 1930, em Lisboa, com 63 anos.