Perto de um quarto dos artigos científicos portugueses publicados entre 2012 e 2016 em publicações internacionalmente reconhecidas saíram das faculdades e unidades de investigação ligadas à Universidade do Porto. A conclusão resulta da análise aos indicadores disponibilizados pela Web of Science (SCI-EXPANDED, SSCI e A&HCI), base de dados gerida pela empresa norte-americana Clarivate Analytics, e a partir da qual se verifica que, só em 2016, a Universidade do Porto foi responsável ou participou em 24,8% de toda a produção científica nacional.

A Web of Science é atualizada semanalmente com todos os artigos de âmbito científico (nas áreas de Ciências, Ciências Sociais e Artes e Humanidades) publicados em revistas previamente avaliadas. Em 2016, foram registados um total de 18.404 documentos científicos (entre os quais 15.147 citáveis, dos tipos article ou review) produzidos em Portugal, dos quais 4.567 (3.774 citáveis) contaram com a participação de investigadores, docentes ou estudantes da Universidade do Porto.

Estendendo a análise a cinco anos (2012-2016), verifica-se que a U.Porto publicou 20.388 documentos de todos os tipos (16.502 dos quais citáveis) indexados na Web of Science. Neste período, a produção científica da Universidade cresceu a uma taxa média anual de 6,6%, para o total de documentos, e de 7,7% nos documentos citáveis, claramente acima dos 4,8% e 5,6%, respetivamente, registados a nível nacional. Esta realidade tem uma expressão ainda maior se restringirmos a análise a 2016, ano em que o número de documentos publicados pela U.Porto cresceu a um ritmo quase três vezes superior ao da média nacional (7,6% contra 2,8%).

Constante é também a preponderância da U.Porto no total nacional de publicações científicas indexadas entre 2012 e 2016 (23,8% em todos os tipos de documentos e e 23,9% nos documentos citáveis), com percentagens anuais sempre superiores a 23%. Mais uma vez, é em 2016 que a produção científica da Universidade tem um maior “peso” a nível nacional, fixando-se em percentagens muito próximas dos 25% (24,8% em todos os tipos de documentos e 24,9% nos documentos citáveis).

Relativamente às áreas científicas, a maior parte da produção científica da U.Porto incide sobre o domínio das ciências médicas e da saúde (40% de todos os tipos de documentos e 30% dos documentos citáveis). Seguem-se as ciências naturais (21% e 24%) e as ciências exatas (16% e 19%).

Dos dados agora conhecidos – disponibilizados no relatório “Produção científica da Universidade do Porto indexada na Web of Science 2012-2016″ – ressalta ainda o forte impacto que a investigação da U.Porto regista junto da comunidade científica nacional e internacional. Na verdade, três em cada quatro (74,8%) dos documentos científicos publicados pela U.Porto entre 2012 e 2016 foram citados pelo menos uma vez até janeiro de 2018. No caso dos documentos citáveis, esta proporção sobe para 89,0%. Em média, o número de citações por documento foi de 8,66 (todos os tipos) e 10,55 (documentos citáveis) ao longo do período estudado.

Refira-se ainda que 185 dos documentos citáveis da U.Porto publicados entre 2012 e 2016 são Highly Cited Papers, ou seja, estão entre os top 1% mais citados da sua área científica e ano de publicação.

De realçar é também o facto de praticamente metade da produção científica da U.Porto – 47,2% dos papers e 51,2% dos documentos citáveis – ser desenvolvida em parceria com instituições de todo o mundo. A este nível destaca-se a Espanha, presente em 29% dos documentos científicos publicados pela U.Porto em colaboração internacional. Seguem-se os Estados Unidos da América com 23%, Reino Unido com 22%, e Alemanha, Brasil e França com 15%.

A Universidade do Porto conta atualmente com 49 unidades de investigação, tendo 35 delas (71,4%) recebido uma classificação “Excepcional”, “Excelente” ou “Muito Bom” nas últimas avaliações independentes da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). De referir ainda que a U.Porto está no top das instituições portuguesas melhor classificadas nos mais importantes rankings internacionais de produção científica, tendo alcançado, em 2017, a 232.ª posição mundial (93.ª na Europa) no Performance Ranking of Scientific Papers for World Universities, produzido pela National Taiwan University, e o 143.º lugar do mundo (40.º europeu) na última edição do CWTS Leiden Ranking, considerado um dos principais sistemas de análise da produção científica das instituições de ensino a nível mundial.