A equipa da Addvolt criou um sistema inovador  para alimentar o sistema de refrigeração de camiões-frigoríficos. (Foto: DR)

“A proteção e comercialização da propriedade intelectual são das formas mais relevantes de a U.Porto contribuir para a valorização do conhecimento” – são as palavras de Carlos Brito, pró-reitor para a Inovação e Empreendedorismo, acerca dos contratos de licença assinados recentemente entre a Universidade do Porto e as empresas Addvolt e DIDIMO. “Estes dois acordos representam um importante passo na prossecução da Terceira Missão da Universidade”, acrescenta.

As empresas, contudo, não podiam ser de áreas mais diferentes. Por um lado, a Addvolt (na fotografia, à esquerda), da qual fazem parte os inventores da solução “Energy harvesting for a transport vehicle”. É uma tecnologia que nasceu na Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP), como resultado dos trabalhos de mestrado do investigador Bruno Azevedo; depois de patenteada, deu origem ao desenvolvimento do produto WeTruck. Este inovador sistema, que permite aproveitar energia solar e cinética de um veículo, de modo a produzir eletricidade suficiente para alimentar o sistema de refrigeração de camiões-frigoríficos, valeu à equipa de investigação da FEUP o 1º lugar no iUP25k 2014. Atualmente a Addvolt está focada no “processo de industrialização da solução e também em operações para colocar o produto em circulação nas principais capitais europeias, tais como Madrid ou Berlim”, conta Bruno Azevedo.

A DIDIMO desenvolveu uma aplicação que permite a qualquer pessoa criar o seu próprio Avatar em poucos minutos. (Foto: DR)

Por outro lado, a DIDIMO (na fotografia em baixo, à direita), empresa criada por Verónica Orvalho, da Faculdade de Ciências da U.Porto, tem no seu core business a missão de contribuir para “ajudar a transformar a maneira como se comunica no mundo digital”, refere a investigadora. Para isso, a empresa desenvolveu uma aplicação que permite que qualquer pessoa crie, em cerca de vinte minutos, um Avatar pronto a utilizar em filmes, videojogos e outro tipo de conteúdos digitais em 3D. Também esta inovação valeu à equipa o 1º lugar no iUP25k, desta vez em 2015, e, tal como a Addvolt, a DIDIMO vai empenhar-se agora no desenvolvimento do produto e na análise e entrada no mercado: “Queremos continuar a desenvolver a nossa tecnologia e otimizá-la. Estamos já a criar parcerias com grandes empresas da área, mas também com agentes mais pequenos”, refere Verónica Orvalho.

Filipe Castro, da U.Porto Inovação, que acompanhou ambos os processos desde o início, destaca que as vantagens destes acordos são mútuas. Em primeiro lugar para a Universidade do Porto, pois representam um “reforço do ecossistema do seu sistema de inovação e empreendedorismo, contribuindo assim para a criação de negócios de base tecnológica, negócios estes que são mais competitivos e com elevado maior potencial de crescimento”, refere. Por outro lado, também as empresas beneficiam destes acordos, ficando “a ganhar com o acesso a tecnologias e competências especializadas, bem como a infraestruturas de ciência e tecnologia. Em conjunto, as condições acordadas entre a Universidade e as empresas permitem obter financiamento com mais facilidade, quer na ótica das empresas, quer no que respeita aos projetos científicos e tecnológicos da U.Porto”, refere Filipe Castro. Verónica Orvalho concorda totalmente, afirmando que este contrato foi “o ponto de partida para o nascimento da tecnologia da DIDIMO”.

Carlos Brito, pró-reitor para a Inovação e Empreendedorismo, afirma que este foi um verdadeiro trabalho em equipa dos três envolvidos no processo: “Os investigadores, que estiveram na base das invenções; as empresas, que as adotaram como soluções de negócio transformando-as em vantagens competitivas; e a U.Porto Inovação, pelo papel de interface e valorização que assume dentro do nosso ecossistema”, refere. Maria Oliveira, coordenadora da U.Porto Inovação, acrescenta que, desta forma, “o gabinete de transferência de conhecimento da U.Porto continua a contribuir ativamente para a Terceira Missão, nomeadamente ao nível da aproximação ao tecido empresarial valorizando de forma efetiva o conhecimento produzido na Universidade”.