A máscara funerária da “Coleção Egípcia da Universidade do Porto” será o pretexto para o último tríptico, a 15 de março.

Ao todo são três espaços envolvidos. Por cada um vão passar, ao longo de três semanas, nove obras de arte que serão analisadas sob o olhar artístico e científico de 27 figuras da Universidade do Porto e de diferentes setores da sociedade portuguesa. O resultado da equação é “Tríptico“, um ciclo de conferências / exposição que recupera uma organização clássica na história da arte: a possibilidade de uma obra se dividir em três painéis.

Resultado de uma organização conjunta da Universidade do Porto,  do Museu de Arte Contemporânea de Serralves e do Museu Nacional Soares dos Reis, e comissariado por Paulo Cunha e Silva, o ciclo inicia-se a 27 de fevereiro, com o desvendar de cada um dos três “trípticos”: da Luz, do Corpo, da Morte.

Em cada um destes trípticos, também eles compostos por três painéis, uma diferente obra direciona a atenção e a intervenção dos conferencistas: uma obra de arte “não-contemporânea” (vinda do Museu Nacional Soares dos Reis), uma obra de arte contemporânea (proveniente do Museu de Serralves) e uma obra de registo científico (proveniente dos Museus da Universidade do Porto).

O primeiro tríptico, o da Luz, desvenda-se então já a partir do próximo dia 27 de fevereiro: a partir das 21h30, no Museu Nacional Soares dos Reis, as “Casas Brancas de Capri” de Henrique Pousão inspiram os olhares de Maria João Vasconcelos (Diretora do MNSR), Teresa Andresen (docente da Faculdade de Ciências da U.Porto) e Eduardo Souto de Moura (arquiteto e ex-docente da Faculdade de Arquitetura da U.Porto). No dia seguinte, 28 de fevereiro (Museu de Serralves), Suzanne Cotter (diretora do MACS), Jaime Milheiro (psiquiatra e psicanalista) e o eurodeputado Paulo Rangel são os convidados para falar sobre a Luz, com a peça vídeo “Illuminer” de Steve McQueen, como pano de fundo. O Tríptico da Luz completa-se no dia 1 de março, no Salão Nobre da Universidade do Porto, com os olhares de Cláudio Sunkel (diretor do IBMC), da astrónoma Teresa Lago e de Azeredo Lopes (professor na Universidade Católica Portuguesa), sob o signo do microscópio ótico.

Depois da Luz, o Corpo. O “Desterrado” obra marcante de Soares dos Reis é o ponto de partida para o primeiro painel (no MSNR, dia 6 de março). Bernardo Pinto de Almeida (docente da Faculdade de Belas Artes da U.Porto), Mário Cláudio (escritor) e Augusto Santos Silva (sociólogo) reflectem sobre as várias dimensões do corpo: desde o abandono romântico ao exílio (político, social ou interior). O painel “central” deste tríptico discute-se em Serralves (7 de março), sob influência de um políptico: “Possessão”, obra de Paula Rego. Ricardo Nicolau (crítico e curador do MACS), João Lopes (cineasta e crítico de imagem) e Eurico Figueiredo (psiquiatra, psicanalista e docente da U.Porto) são os convidados para partilhar os seus olhares. A encerrar o ciclo dedicado ao Corpo (8 de março), mais três conferencistas passam pelo Salão Nobre da U.Porto: António Sousa Pereira (professor de Anatomia e director do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar), João Teixeira Lopes (sociólogo) e o coordenador da Unidade de Robótica do INESC/ISEP, Eduardo Silva.

O ciclo de conferências encerra com o Tríptico da Morte. Rui Morais (arqueólogo), Jorge Olímpio Bento (director da Faculdade de Desporto da U.Porto) e o padre Vasco Pinto de Magalhães são os primeiros conferencistas deste tríptico, no painel que decorre no dia 13 de março. No dia 14 de março, a peça/instalação “Is there life before death?” de Thomas Shutte marca o tom das intervenções de Eduardo Paz Barroso (crítico de arte), António Pinho Vargas (músico) e Manuel Sobrinho Simões (director do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da U.Porto). O final do ciclo atinge-se na Reitoria da Universidade do Porto (Salão Nobre). A morte, a imortalidade e o renascimento são os temas suscitados por Rogério de Sousa (egiptólogo), Daniel Serrão (médico) e Rui Moreira (presidente da Associação Comercial do Porto), a partir da máscara funerária pertencente à “Coleção Egípcia da Universidade do Porto”.

A entrada é gratuita para estudantes e para a comunidade docente e não-docente da Universidade Porto.

O programa completo pode ser consultado no site da Fundação de Serralves.