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Estudo mostra que os homens sujeitos à terapia cognitivo-comportamental apresentam melhorias significativas ao nível da resposta sexual. (Foto: DR)

O Grupo de Investigação em Sexualidade Humana do Centro de Psicologia da Universidade do Porto apresentou recentemente os resultados preliminares de um estudo pioneiro sobre o tratamento psicológico e farmacológico da Disfunção Eréctil, que indicam que a intervenção psicológica é tão eficaz como a medicação no tratamento desta doença.

Este estudo, coordenado por Pedro Nobre, diretor do SexLab (Laboratório de Investigação em Sexualidade Humana) da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP) comparou diretamente a eficácia dos dois tipos de tratamento em homens com disfunção eréctil sem causa médica identificada (distribuídos ao acaso por cada um dos tratamentos).

O tratamento farmacológico consistiu na administração diária por um período de 12 semanas de um inibidor da fosfodiasterase-5 (inibidores da PED-5), substância activa amplamente usada e testada com eficácia no tratamento da disfunção eréctil. O tratamento psicológico consistiu na aplicação de uma intervenção cognitivo-comportamental em formato de grupo e incluindo o casal com sessões semanais durante o mesmo período de tempo.

Os resultados preliminares mostraram que os homens que foram sujeitos à terapia cognitivo-comportamental apresentaram melhorias significativas ao nível da resposta de ereção bem como do funcionamento sexual em geral e da satisfação sexual. O dado mais relevante do estudo foi, no entanto, que essas melhorias se mostraram tão significativas quanto o próprio efeito da medicação, facto que pela primeira é relatado na comunidade científica internacional.

Segundo Pedro Nobre, estes dados preliminares são bastante promissores uma vez que sugerem que o tratamento de uma das mais perturbantes dificuldades sexuais masculinas não está necessariamente dependente da medicação e que existem alternativas igualmente eficazes que melhoram não apenas a própria capacidade de ereção como a própria satisfação sexual.

O estudo continua ainda ativo, indo agora entrar na sua segunda fase, pelo que o SexLab continua a à procura de voluntários que queiram participar no estudo e receber tratamento gratuito para a Disfunção Eréctil.

Podem candidatar-se ao tratamento todos os homens com idades entre os 18 e os 50 anos, numa relação heterossexual há 6 meses ou mais, sem psicopatologia e problemas de saúde ou toma de medicação que interfiram com a resposta sexual.

Os voluntários recebem tratamento psicológico ou farmacológico gratuito durante um período de 3 meses, sendo avaliados no início, durante e no final da intervenção. Os terapeutas envolvidos no tratamento psicológico são psicólogos clínicos com formação especializada em terapia sexual, reconhecidos pela Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica.