“Este selo é um indicativo de referência para quem olha para a nossa empresa, garantindo o reconhecimento do nosso esforço em desenvolver um projeto válido no qual qualquer investidor pode e deve apostar”. São palavras de António Cardoso, co-founder da Xpectraltek, depois de um dos produtos da startup – o XpeCAM X01 – ter recebido o “Selo de Excelência” da Comissão Europeia. A distinção surge no âmbito da candidatura daquela spin-off da Universidade do Porto à segunda fase do SME Instrument, integrado no Programa-Quadro Comunitário de Investigação & Inovação – H2020 para o período 2014-2020.

Atualmente incubada no Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto (UPTEC), a Xpectraltek é uma startup que desenvolve soluções de imagem espectral tailor-made, que permitem aumentar o campo de visão para além do que é visível (ultravioletas (UV) e infravermelhos (NIR). Estas soluções podem ser aplicadas na Produção Industrial, Aeronáutica, Agricultura, Geologia, Património Cultural, entre outras, uma vez que conseguem ler qualquer superfície.  E tailor-made porquê? Porque a produção, tanto do hardware como do software, é feita em Portugal e nas instalações da empresa, podendo por isso ser desenvolvida e adaptada segundo as necessidades específicas de um cliente, independentemente da sua área de atuação.

Se falarmos especificamente da área do Património Cultural e do Restauro, por exemplo, a inovação que está a ser desenvolvida na U.Porto consegue realizar análises multiespectrais de diagnóstico, não invasivas e não destrutivas, em obras de arte. Tal não era possível até ao momento porque, para se fazer um diagnóstico numa peça, era necessário retirar uma amostra da mesma, isto é, acabava por se destruir parte da peça.

O XpeCAM, produto avaliado na Comissão Europeia por um painel de experts e considerado uma “proposta de projeto de alta qualidade num processo de avaliação altamente competitivo” permite fazer, ao contrário de outros métodos utilizados atualmente um diagnóstico não invasivo e não destrutivo em qualquer superfície (telas de pintura, azulejos, entre outros). É, portanto, uma “ferramenta de validação e corroboração na execução dos trabalhos de todos os conservadores-restauradores, arquivistas, historiadores e outros profissionais das áreas de estudo do património”, conta Andrea Mota, Communications Project Manager da Xpectraltek.

Esta distinção, além do prestígio que reconhece, vai levar a empresa à 3.ª edição do International Private Equity Market (IPEM), evento que acontece em Cannes, França, entre os dias 24 e 26 de janeiro de 2018. Trata-se de um dos maiores fóruns de investimento privado, que reúne toda a cadeia de valor das Venture Capital (VC) e Investimentos Privados (PE) e cujo principal objetivo é gerar oportunidades de negócio entre investidores e empresas. Para a spin-off, esta vai ser uma altura ideal para “identificar parceiros que possibilitem o desenvolvimento dos produtos da Xpectraltek”, refere António Cardoso e a empresa procura aqueles que sejam capazes de promover o crescimento da rede a nível mundial.

Fundada em 2014, a Xpectraltek passou a fazer parte da família U.Porto Spin-off no final de 2017, o que a equipa considera uma grande mais-valia: “O selo U.Porto Spin-off é, por si só, uma enorme honra. Demonstra como os nossos projetos, as nossas ideias e o futuro da Xpectraltek é uma realidade em que vale a pena apostar. Para a nossa equipa é também um reconhecimento do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos e uma demonstração de como a U.Porto é, realmente, uma entidade que aposta e defende as ideias inovadoras no norte do país”, conclui Andrea Mota.