Os investigadores da U.Porto visitaram um dos armazéns da Sonae, onde contactaram com a realidade do mundo do retalho.

É uma das maiores empresas portuguesas e vê com bons olhos uma aproximação à Universidade do Porto. “Queremos saber que soluções têm para nos oferecer e como nos podemos desafiar mutuamente”, concretiza João Amaral, representante da Sonae Retalho na última sessão A2B (Academia to Business), que reuniu mais de 40 investigadores da U.Porto nas mais variadas áreas do conhecimento.

Apesar das dificuldades assumidas aquando dos contactos com as Universidades, a Sonae Retalho assume que a ajuda da U.Porto seria uma “mais valia” para ultrapassarem os desafios que enfrentam.  Um desafio bem recebido por Carlos Brito (pró-reitor para a Inovação e Empreendedorismo), que lembrou a missão da Universidade de  “ensinar e investigar, mas também valorizar o conhecimento gerado, pelo que parcerias com empresas como a Sonae são um importante ponto de partida”.

Mas afinal, o que pode a Universidade “oferecer” à Sonae? Na opinião de João Amaral, a multidisciplinaridade da U.Porto é uma das principais mais-valias para a Sonae, uma vez que vai de encontro aos desafios da empresa, também eles divididos por áreas distintas. Perceber os clientes, prever o futuro, gerir o espaço e as transações, a evolução do marketing, análise da força de trabalho, foram alguns dos desafios colocados à comunidade da U.Porto pelos representantes das várias áreas da Sonae (Logística, Marketing, Supply Manager, entre outros) que, além de apresentarem o seu trabalho, tiveram oportunidade de referir o que lhes falta para serem cada vez mais bem sucedidos.

Questão recorrente na maioria das A2B sessions, as dificuldades de comunicação entre investigadores e empresas e  a necessidade de existirem interlocutores não foram esquecidas nesta visita à Sonae Retalho. “As nossas tentativas de parceria com Universidades têm ficado muito aquém das expectativas em termos de resultados. Há que mudar a maneira de trabalhar, temos de alinhar os resultados esperados”, referiu João Amaral.

Após as apresentações da manhã, os participantes tiveram tempo para networking durante a hora de almoço. Seguiu-se uma visita de campo aos armazéns de retalho, onde os produtos são recebidos, organizados e depois distribuídos por cada uma das 38 lojas Continente que a Sonae tem por todo o país. Nestas visitas, a comunidade da U.Porto pôde analisar de perto a realidade do mundo do retalho e saber mais sobre como poderá trabalhar com a Sonae no futuro.

No final da jornada, os investigadores e Marta Cunha, Category Manager da empresa, reuniram para um pequeno briefing. Segundo Ana Paula Africano, professora da Faculdade de Economia, “há muito potencial para trabalhar com a Sonae”. Por sua vez, Marta Cunha salientou que parcerias como esta são benéficas para os investigadores, que poderão fazer os seus testes e experiências com a Sonae. “Sessões como esta só têm interesse se forem úteis”, concluiu.