Doação acervo SPAE

Doação do espólio da SPAE à U.Porto foi formalizada a 7 de março, na Sala do Conselho da Reitoria. (Foto: U.Porto)

Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia (SPAE) doou recentemente a sua biblioteca especializada à Universidade do Porto. Trata-se de um acervo com publicações periódicas e monográficas, totalizando 36.500 volumes, que dão corpo àquela que é uma das melhores bibliotecas históricas nacionais nas áreas da antropologia e arqueologia.

A doação deste espólio representará um “significativo enriquecimento do acervo” da Universidade do Porto, o que irá permitir “a constituição de núcleos mais coerentes e completos, reforçando  o seu discurso expositivo e diversificando a oferta científica”, pode ler-se no Contrato de Doação. A decisão foi tomada em Assembleia Geral da SPAE “no sentido de assegurar a devida conservação, catalogação e disponibilização ao público interessado”.

A doação do espólio da SPAE à Universidade foi formalizada no passado dia 7 de março, numa sessão realizada na Sala do Conselho da Reitoria e que contou com a presença do Reitor da U.Porto, Sebastião Feyo de Azevedo, da Vice-Reitora para as Relações Externas e Cultura, Maria de Fátima Marinho, e o Presidente da direção da SPAE e Professor Catedrático da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP), Vítor Oliveira Jorge. O  acervo passará agora a integrar o espólio da U.Porto através do seu Museu de História Natural e da Ciência.

Com sede na Praça Coronel Pacheco, a Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia é  uma associação cultural e científica sem fins lucrativos que em 2018 irá completar 100 anos. À constituição e crescimento da SPAE não é, de resto, alheia a prestação e empenho de professores da U.Porto como foi o caso de António Augusto Esteves Mendes Correia.

Após a criação da Universidade, em 1911, António Mendes Correia foi contratado como 2.º assistente provisório da 3.ª Secção da Faculdade de Ciências (Ciências Biológicas), passando a exercer funções como 1.º assistente no ano seguinte. Aquando da criação do subgrupo de Antropologia, apresentou-se a provas públicas com a tese intitulada “Os Criminosos Portugueses (estudos de Antropologia criminal)“, sendo nomeado 2.º assistente efetivo em 1913. Em paralelo com o ensino desempenhou funções como juiz adjunto e médico antropologista na Tutoria Central da Infância do Porto e foi um dos fundadores, em 1918, da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia, que viria a presidir.