Rogério Fernandes

Enquanto Diretor Geral de Ensino Básico, Rogério Fernandes foi responsável pela criação das bibliotecas escolares e pela introdução de novos manuais. (Foto: DR)

A Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP), em parceria com a Reitoria da U.Porto, as Edições Piaget e a Biblioteca Virtual da U.Porto, promoveu no passado dia 5 de junho, no edifício da Reitoria, uma sessão de homenagem a Rogério Fernandes, jornalista, ensaísta e figura marcante no desenvolvimento do sistema educativo em portugal no pós-25 de abril.

Organizada pelo do grupo de trabalho História da Educação, Herança Cultural e Museologia da FPCEUP, a homenagem teve como ponto alto a apresentação do livro “Educação, História e Políticas. Tributo a Rogério Fernandes” (Edições Piaget). Nesta obra – coordenada por Fernando Cabral Pinto (doutor em Ciências da Educação pela U.Porto e professor da Escola Superior de Educação Jean Piaget – revisita-se o legado de  Rogério Rodrigues, sob o olhar de diferentes autores de Portugal, Brasil e Espanha (Ana Waleska, António Costa, António Sampaio da Nóvoa, António Teodoro, Áurea Adão, Erlando Rêses, Manuel Matos, Margarida Felgueiras).

António Sampaio da Nóvoa

O ex-reitor da Universidade de Lisboa e candidato à presidência da República, António Sampaio da Nóvoa, foi uma das figuras presentes na homenagem. (Foto: U.Porto)

A sessão incluiu ainda a abertura da exposição “Vida e obra de Rogério Fernandes”, que ficará patente até 15 de junho, na sala 346 do Edifício Histórico da Universidade. No final, os participantes fizeram uma visita guiada ao espólio de Rogério Fernandes, pertencente à Biblioteca Virtual da U.Porto

Sobre Rogério Fernandes

Rogério Fernandes nasceu em Lisboa, em 1933. Frequentou a Faculdade de Letras e foi assistente de Filosofia entre 1957-60, de onde se demite para iniciar uma carreira de jornalista e homem de letras. Opositor do Estado Novo e militante do Partido Comunista Português, foi preso em 1960, ano em que assume a direção da Seara Nova, que mantém até 1965. Foi ainda chefe de redação no jornal diário A Capital.

A convite de Vitorino Magalhães Godinho, assumiu o cargo de Diretor Geral de Ensino Básico (1974), onde procedeu a uma verdadeira reforma do plano de estudos para as Escolas do Magistério Primário. A ele se deve a criação e equipamento de bibliotecas escolares, a introdução de novos manuais e a modificação dos tempos escolares, alterações que propiciaram a introdução de um trabalho pedagógico inovador no ensino primário. Determinou, ainda, o rastreio, a nível nacional, das crianças com deficiência e trabalhou na sua integração nas classes normais, com aulas de apoio, entretanto constituídas.

Foi Professor Auxiliar no Departamento de Educação Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Prof. Associado e Catedrático da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da mesma Universidade. Foi fundador da SPCE (1993) e da Sociedade de Investigação Comparada de História da Educação da Europa do Sul – SPICAE. Coordenou e desenvolveu diversos grupos de trabalho e projetos internacionais, publicou e fez conferências em inúmeras universidades brasileiras, em Cabo Verde, Espanha e França.

Em 2002 recebeu a Grã Cruz da Ordem da Instrução, e jubilou-se em 2003, por limite de idade. A morte surpreendeu-o em pleno trabalho, no último projeto a que se dedicava – a história do sindicalismo docente – na Universidade Lusófona.