“Medusa” é um concerto-instalação para violoncelo, eletrónica, som gravado e objetos ressonantes, da autoria da artista alemã Charlotte Posenenske. (Foto: DR)

Uma fusão entre a improvisação musical e a arquitetura é o que promete a mais recente produção do Teatro Universitário do Porto (TUP). Medusa consiste num concerto-instalação para violoncelo, eletrónica, som gravado e objetos ressonantes, que decorre entre os dias 18 e 20 de julho de 2019, no espaço IRL, em Campanhã, com o apoio da U.Porto e do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).

Partindo de duas cópias da Série D da peça  “Square Cubes”, da artista alemã Charlotte Posenenske (1930-1985), Ricardo Jacinto junta o seu violoncelo a peças sonoras sobre a cidade do Porto, compostas por quatro intérpretes do TUP. Procura-se deste modo dar uma dimensão coletiva ao projeto “Medusa”, já apresentado a solo em Lisboa e em São Miguel.

“Square Cubes” é um desenho de seis elementos que lembram condutas de ar condicionado, que resulta num “jogo espacial” em que é possível articular as diferentes peças sonoras e interrogar a arquitetura, sendo exibido como “narrativa espacial” num local em que os objetos podem ser deslocados ou manipulados sob um ‘pano de fundo’. Pelo meio, o público é convidado a deambular pelo espaço de apresentação e a realizar uma escuta nómada.

O espetáculo é coproduzido pelo TUP, a IRL e a Osso Coletivo, sob a direção de Ricardo Jacinto, investigador no Sonic Arts Research Centre, na Queens Universtity, em Belfast, Irlanda do Norte. Licenciado em arquitetura, pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, estudou também no Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual.

Sobre Charlotte Posenenske 

Charlotte Posenenske, artista alemã, associada ao movimento minimalista

Charlotte Posenenske foi uma artista alemã associada ao movimento minimalista, conhecida pelas suas séries de objetos que exploraram sistemas e estruturas modulares de grande simplicidade formal, derivadas da produção em massa e padronização.

No final da década de 60, as suas estratégias escultóricas focaram a noção de formação temporária através de construções seriais, com módulos de larga escala, suportadas por um apelo à performatividade, interpelando a arquitectura através da escala e materiais industriais correntes, mas acima de tudo propondo sistemas conceptuais que convidavam à participação de terceiros.

A artista acreditava, assim, que abdicava de alguma da sua autoridade criativa, através do convite a variações na sua instalação, que surgiam num contexto de forte agitação social e política, apelando, no âmbito da arte, a uma premente necessidade de transformação estética, numa necessidade de diluir a arte e a vida, entre artista e comunidade.

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