João Abel Mota tem 19 anos e frequenta o segundo ano da licenciatura em Artes Plásticas da Faculdade de Belas Artes da U.Porto (FBAUP). Em 2017/18, terminou o seu ano letivo de estreia na Universidade com a média final de 17,3 valores, a melhor alcançada por um estudante da FBAUP no primeiro ano, motivo pelo qual recebeu o Prémio Incentivo 2019, juntamente com mais 21 estudantes da U.Porto.

A experiência na U.Porto tem sido, naturalmente, muito enriquecedora, “tanto a nível prático como pessoal.” A prova da sua evolução, diz, está patente em “em quase 50 diários gráficos”, nos quais, “de forma quotidiana”, João desenha “tudo ou quase tudo” com que se depara, percorrendo as ruas. É, de resto, membro dos Urban Sketchers, desde 2017.

Ainda assim, há um momento neste início de percurso académico que João define como particularmente marcante, a residência artística em Chã das Caldeiras, na Ilha do Fogo, Cabo Verde, onde encontrou uma comunidade “viva e que renasce a cada dia que passa”, localizada na caldeira do vulcão Pico do Fogo.

Por outro lado, deixa também à instituição o pedido de que se melhorem as condições de trabalho na faculdade, as quais, considera, neste momento “não são reflexo do seu bom nome e do seu legado para o país.”

À U.Porto, endereça o desejo de que seja “uma das instituições de referência da educação, tanto a nível português como europeu”, por mais 108 anos.

– O que te levou a escolher a U.Porto?
A escolha deve-se ao facto de ser uma das universidades mais prestigiadas do país e de ser uma das duas únicas instituições que tem o curso de Belas Artes em Portugal.

– O que gostaste mais e menos neste primeiro ano na Universidade?
O que menos gostei foram as condições da faculdade que não são reflexo do seu bom nome e do seu legado para o país.
A parte mais agradável penso que se torna mais visível agora, quando olho para o ano que passou e me consigo aperceber de toda a evolução conseguida, tanto a nível prático como pessoal; Evolução esta que é espelhada em quase 50 diários gráficos, onde literalmente de forma quotidiana desenhava tudo ou quase tudo o que o meu olhar enxergava.

– Uma experiência para recordar?
Penso que a experiência que mais me marcou, foi a residência artística com projeto identidades da U.Porto à Ilha do Fogo em Cabo Verde e que tinha como objetivo desenhar Chã das Caldeiras – uma localidade no sopé do maior vulcão do Atlântico que tem vindo a ser devastada ao longo dos séculos por mares de lava que derretem as paredes das suas casas mas não o seu espírito de comunidade.
Nesse sentido, reportamos através do desenho uma Chã viva e que renasce a cada dia que passa.

– Uma ideia para melhorar a U.Porto?
Falando não só por mim, mas por toda a comunidade académica da faculdade de Belas Artes não temos uma ideia, se não um pedido diário: o início das obras na faculdade. As condições de trabalho são cada vez piores e os espaços cada vez mais pequenos para turmas que chegam a ultrapassar os 50 alunos em aulas praticas.

– Um desejo para a Universidade do Porto, no seu aniversário?
Que continue, espero eu, ao longo de mais de 108 anos a ser uma das instituições de referencia da educação tanto a nível português como europeu.

– Qual a importância do Prémio Incentivo para o teu futuro?
Apesar de ser sempre bom ver o nosso esforço recompensado, não lhe atribuo, de certa forma, muita importância, porque o meu verdadeiro objetivo é alcançado no papel e na tela. É apenas uma consequência de toda a minha dedicação àquilo que mais gosto de fazer.