Salomé Pinho sentiu desde muito cedo um fascínio particular pelo conhecimento e pela investigação. Não estranha por isso que, no final da licenciatura em Medicina Veterinária pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), tenha optado por um estágio combinado que foi decisivo no percurso que mais tarde viria a seguir: um estágio em Barcelona num Hospital Veterinário, que se traduziu numa experiência muito enriquecedora, e depois no Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup). A decisão foi clara e Salomé acabou por enveredar pela área da investigação seguindo para um doutoramento no Ipatimup na área da Oncobiologia com uma passagem por Boston, na Boston Medical School. Fez depois um Pós-Doutoramento na área da Oncobiologia e da Inflamação.

Atualmente é Investigadora Principal do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto, onde lidera uma equipa de investigação cuja principal missão é usar uma abordagem multidisciplinar realizando investigação fundamental, bem como validação pré-clínica e clínica de estratégias terapêuticas racionais para a inflamação (em particular a Doença Inflamatória Intestinal onde se incluem a doença de Crohn e a Colite Ulcerosa) e para o cancro. Os seus trabalhos têm vindo a ser publicados em revistas científicas internacionais de elevado prestígio como a Oncogene e a Nature Reviews Cancer, entre outras. No seu currículo constam também vários prémios internacionais como o “Young Investigator Award” da European Association for Cancer Research (EACR) e, mais recentemente, um prémio da European Crohn´s and Colitis Organization (ECCO) destinado a financiar o desenvolvimento de uma nova estratégia terapêutica na área da Doença Inflamatória Intestinal.

O dia-a-dia da investigadora pauta-se por uma carreira de investigação no i3S e pela gestão de toda uma dinâmica familiar com dois filhos (de 3 e 6 anos) que tornam os seus dias muito mais divertidos e preenchidos.

Naturalidade? Santa Maria da Feira.

Idade? 36 anos.

– De que mais gosta na Universidade do Porto?

Da multidisciplinaridade e do facto de se fazer investigação cientifica com qualidade e excelência ao nível dos melhores centros de investigação europeus e mundiais.

– De que menos gosta na Universidade do Porto?

Da burocracia, que às vezes funciona mais como um obstáculo.

– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

Promover e fomentar uma articulação mais próxima e dinâmica entre a docência e a investigação. Penso que esse será, sem dúvida, o caminho a seguir.

– Como prefere passar os tempos livres?

Com a minha família, com os meus filhos e marido, de preferência a viajar!

– Um livro preferido?

Vários, que me foram marcando pontualmente em diferentes fases da minha vida. O último que li: “O Amante Japonês”, de Isabel Allende.

– Um disco/músico preferido?

Tom Jobim, Chico Buarque…Bossa Nova em geral!

– Um prato preferido?

Adoro a nossa cozinha tradicional Portuguesa, mas um bom cabrito assado talvez seja um dos meus preferidos.

– Um filme preferido?

“A Teoria de Tudo”, baseado na biografia de Stephen Hawking.

– Uma viagem de sonho (realizada ou por realizar)?

Realizada: Brasil e Japão. Por realizar: América do Sul (Argentina), de preferência com o meu marido e os meus filhos!

– Um objetivo de vida?

Poder continuar a fazer aquilo que verdadeiramente me realiza e me traz Felicidade todos os dias.

– Uma inspiração?

A minha Família e a Vida em geral.

– O projeto da sua vida…

Os meus filhos, sem dúvida.

– Uma ideia para promover a investigação da U.Porto a nível internacional?

A criação de projetos de investigação bilaterais que articulem a U.Porto e instituições internacionais de relevância.