(Foto: Susana Neves)

José Luís Figueiredo licenciou-se em Engenharia Químico-Industrial pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) em 1968, obteve o Doutoramento (PhD) no Imperial College (Londres) em 1975, e a Agregação (UP) em 1980. Ao longo da sua carreira como Professor da Faculdade de Engenharia dedicou-se ao ensino e investigação, focando sobretudo a área da catálise.

Responsável por mais de 30 projetos financiados, incluindo quatro europeus, José Figueiredo criou no Centro de Engenharia Química (CEQ) da U.Porto, em 1975, uma Linha de Investigação em Catálise Heterogénea, que depois deu origem ao Laboratório de Catálise e Materiais, unidade que atualmente integra o Laboratório Associado LSRE-LCM. Publicou oito livros na área da Catálise Heterogénea e dos materiais de Carbono, e mais de 270 artigos científicos em revistas nacionais e internacionais, que receberam mais de 11000 citações. É autor, inclusive, de um dos artigos mais citados na área da Química em Portugal. Participou em mais de 300 congressos, incluindo 27 Conferências Plenárias ou Convidadas, é detentor de duas patentes, e foi orientador de 18 teses de Doutoramento, 9 teses de Mestrado e 30 investigadores a nível pós-doutoral. É também Membro Correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, 3ª Secção – Química, desde 2014.

Entre as várias  distinções que conquistou, destacam-se o prémio “Estímulo à Excelência” atribuído pelo Ministério da Ciência e Ensino Superior em 2004, o “Prémio Ferreira da Silva 2014” atribuído pela Sociedade Portuguesa de Química, e o Lee Hsun Research Award on Materials Science atribuído em 2014 pelo Institute of Metal Research, da Academia das Ciências da China. Desde a sua jubilação, em 2015, tem mantido atividade de investigação focando a aplicação dos materiais de carbono em catálise, uma área em que o LCM tem reconhecimento a nível internacional.

No âmbito das comemorações do seu 105.º aniversário, a U.Porto distinguiu o docente como Professor Emérito pelo contributo prestado à Universidade.

– Naturalidade?

Porto

– Idade?

72 anos

– De que mais gosta na Universidade do Porto?

Das excelentes condições de trabalho que oferece, tanto aos estudantes como aos docentes.

– De que menos gosta na Universidade do Porto?

Da dispersão geográfica das várias Unidades Orgânicas, e da “endogamia” que ainda persiste em algumas.

– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

Promover a renovação dos quadros, incorporando jovens doutores de mérito comprovado (por exº, os que venceram os concursos de Investigador-FCT) antes que eles sejam forçados a emigrar…

– Como prefere passar os tempos livres?

Não tenho muitos tempos verdadeiramente “livres”… Mas sempre que posso, e se tiver parceiros, gosto de jogar uma partida de bridge. Em alternativa, ler a mais recente investigação do Commissario Montalbano (na língua original, de preferência).

– Um livro preferido?

Leio muito e tenho vários autores preferidos, por isso é difícil escolher apenas um livro. Vou referir “A Troca”, de David Lodge, porque me diverti imenso com a descrição das peripécias de um professor universitário em licença sabática.

– Um disco/músico preferido?

Caetano Veloso, Elis Regina, et al.

– Um prato preferido?

Bacalhau à Brás

– Um filme preferido? 

“Os pássaros”, de Hitchcock.

– Uma viagem de sonho (realizada ou por realizar)? 

A minha primeira visita a Goa (Dezembro 2003). Mas ainda não consegui visitar os Açores…

– Um objetivo de vida?

Procurar fazer melhor, a cada dia que passa.

– Uma inspiração? (pessoa, livro, situação…)

O meu Pai.

– O projeto da sua vida…

Vencer os obstáculos e manter o rumo, sem ceder nos princípios.

– O grande objetivo a cumprir através do trabalho a realizar no âmbito da atribuição do título de Emérito?

A missão que me foi confiada inclui tarefas de investigação no Laboratório de Catálise e Materiais do Laboratório Associado LSRE-LCM, na área da Catálise Heterogénea e Materiais de Carbono, bem como a promoção e divulgação da Química e Engenharia Química. A primeira trata de continuar o que tenho vindo a fazer com gosto há 40 anos. Quanto à segunda parte, penso focar-me nos alunos do ensino secundário, procurando motivá-los para estas áreas. É um desafio que vai exigir muita imaginação…