Natural de Valença, Joana Moscoso concluiu a licenciatura em Biologia na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto em 2007. No último ano do curso partiu para a Universidade de Umeå, na Suécia, onde realizou o estágio final ao abrigo do programa Erasmus. Iniciava assim um percurso internacional que, em 2008, teria como destino a Australian National University, em Camberra (Austrália) e a possibilidade de desenvolver o último ano do projeto do mestrado em Biologia iniciado na FCUP. Em 2009 ingressou no Imperial College, onde completou o doutoramento (2013) e se especializou no estudo de bactérias.

Em paralelo com a atividade de investigação, Joana Moscoso sempre organizou eventos e atividades direcionadas para a divulgação científica no âmbito do MRC Centre for Molecular Bacteriology and Infection e colaborou ainda na PARSUK,  uma rede de investigadores e estudantes portugueses no Reino Unido. Há três anos, em conjunto com outra investigadora portuguesa, fundou a «Native Scientist», uma empresa sem fins lucrativos que usa a Ciência como veículo para a aprendizagem de línguas. O público-alvo são crianças dos 7 aos 12 anos e o objetivo é levar cientistas portugueses a aulas de português por forma forma a incentivar o uso e aprendizagem da língua. Começaram com o português, mas depois veio o espanhol e o francês e o proprio projeto também já se estendeu para a Alemanha e para França.

No currículo Joana Moscoso conta com distinções como o «Microbiology Outreach Award», da Society for General Microbiology (2014), o «Award for Outstanding PhD student in Science Communication», do Imperial College, e o «Estabilished Researcher Prize», da Royal Society of Biology. Recentemente ganhou uma Marie Sklodowoska-Curie individual fellowship e, depois de nove anos fora de Portugal, está agora de volta ao Porto e à Universidade, mais concretamente ao i3S e ao grupo Molecular Microbiology, para desenvolver o seu segundo projeto de pós-doutoramento. Joana Moscoso vai trabalhar durante dois anos com uma bactéria chamada Listeria e estudar os mecanismos que ela usa para se adaptar ao meio ambiente em que vive.

E fora do laboratório, Joana Moscoso continuará a fazer crescer a «Native Scienctist» e a comunicar Ciência junto dos mais pequenos. Porque, diz, «eles não gostam, eles adoram!!»

Naturalidade? Valença, no Alto Minho.

Idade? 30 anos.

– De que mais gosta na Universidade do Porto?

Que seja a universidade portuguesa que envia e recebe mais estudantes Erasmus.

– De que menos gosta na Universidade do Porto?

Que a Faculdade Ciências (FCUP) não esteja junto do i3S, no polo II da Asprela.

 – Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

A Universidade do Porto não sei, acabei de chegar depois de 10 anos fora, mas no i3S precisamos de um jardim vertical interior!

 – Como prefere passar os tempos livres?

Com a família e amigos, à mesa!

 – Um livro preferido?

Gosto de livros que me transformem, de alguma forma, a vida. Um desses livros foi o Lean In da Sheryl Sandberg, COO no Facebook.

 – Um disco/músico preferido?

Não tenho. Eu sei! É estranho!

 – Um prato preferido?

Arroz de cabidela.

– Um filme preferido?

Humm… Qualquer um, desde que tenha o Brad Pitt! 😉

– Uma viagem de sonho? 

Já concretizei muitas e vivo de olhos postos nas próximas: Argentina, Mongólia, Canadá…

– Um objetivo de vida?

Saborear cada dia que passa.

– Uma inspiração?

O meu passado e as pessoas com quem me cruzo. É com o meu passado que dito o caminho para o futuro e é com as pessoas com quem me cruzo que me inspiro para viver o presente.

– Uma descoberta que gostasse de fazer…

Lol… Gostava de descobrir o porquê das coisas! Porque é que tudo é como é e não é de outra forma?

– Uma ideia para aumentar a visibilidade da investigação portuguesa a nível internacional?

Investir e premiar a qualidade. Estar mais de perto das pessoas. Precisamos de boas publicações, precisamos de boa gente, precisamos de marcar presença.