Fernanda Ribeiro tomou posse, no passado dia 6 de outubro, como Diretora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP). Com um vasto percurso na área da Ciência da Informação, a nova líder da FLUP assume como principal objetivo “criar condições para o desenvolvimento da investigação na FLUP”. A investigação e a internacionalização são os temas prioritários para o mandato que se prolongará até 2018.
Licenciada em História pela FLUP, Fernanda Ribeiro detém o curso de Bibliotecário-Arquivista pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Em 1999, doutorou-se também na FLUP, com a tese “O Acesso à Informação nos Arquivos”.
Tem desenvolvido todo o seu percurso académico e científico no domínio da Ciência da Informação, tendo sido impulsionadora da criação, no ano letivo 2001/2002, da licenciatura em CI, lecionada pela FLUP, em parceria com a Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP).
– De que mais gosta na Universidade do Porto?
Da sua riqueza, no que respeita à diversidade de áreas científicas que existem, e da capacidade de inovação que muitos dos seus cientistas e dos seus jovens investigadores e estudantes têm revelado.
– De que menos gosta na Universidade do Porto?
Do espírito de “território” que ainda domina em muitos setores e que é uma barreira ao estabelecimento de pontes entre as várias “ilhas” que constituem o universo UPorto.
– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?
Criar departamentos transversais às faculdades, que possam ajudar a congregar aquilo que ao longo da história da própria Universidade foi surgindo de forma desarticulada nas diversas faculdades. Temos hoje áreas científicas que se encontram distribuídas por várias faculdades e por diversos centros de investigação que não interagem entre si e isso acaba por enfraquecer a própria Universidade. A área em que trabalho (Ciência da Informação) é um bom exemplo do que acabo de dizer: para além, da FLUP e da FEUP, onde estão ancorados os ciclos de estudos, há colegas na FEP, na FMUP, na FCUP e até na Porto Business School, que trabalham em gestão da informação e em processamento da informação, cuja investigação faria todo o sentido ser desenvolvida de forma articulada, à semelhança do que se passa nas Information Schools (iSchools), rede mundial de que a UPorto faz parte. Nesta rede, a UPorto é a única que está na situação bizarra de ter dois representantes (um da FLUP e outro da FEUP) porque não temos um único setor orgânico da UPorto onde a área esteja sedeada.
– Como prefere passar os tempos livres?
Para além das férias, que para mim são sagradas e absolutamente imprescindíveis, já não sei bem o que isso é!!! Mas, sem dúvida, a ler e a viajar com as pessoas de quem mais gosto, os meus filhos.
– Um livro preferido?
É muito difícil escolher apenas um, mas se tivesse mesmo de o fazer, então seria o Para sempre do Vergílio Ferreira.
– Um disco preferido?
Também é difícil escolher. Na música clássica Tchaikovsky, no rock os Beatles (sem dúvida), no jazz vários (Keith Jarrett, é apenas um exemplo).
– Um prato preferido?
Lampreia à bordalesa.
– Um filme preferido?
Visconti, sempre. “Morte em Veneza”, sem dúvida.
– Uma viagem de sonho (realizada ou por realizar)?
Várias, por realizar, mas talvez destaque a Patagónia em primeiro lugar.
– Uma inspiração?
O meu pai, sempre presente pela sua integridade de caráter e pelos princípios éticos e de justiça em que me educou.
– Um objetivo na vida?
Nos próximos quatro anos, ajudar a valorizar a FLUP no sentido do reconhecimento da sua qualidade nacional e internacionalmente.
– Quais os principais desafios para estes quatro anos?
Muitos. O que mais me preocupa é o de criar condições para o desenvolvimento da investigação na FLUP. Desde logo, pela falta de espaços para alojar os centros e os investigadores que nos procuram. Espero, com a ajuda da Reitoria, encontrar soluções para conseguirmos um espaço, com dignidade, onde instalar as unidades de I&D.