É alemão de gema e só está em Portugal há quatro anos, mas já compreende muito bem a língua portuguesa e aprecia um bom cozido nos dias mais frios. Dirk Elias, professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e diretor do Fraunhofer  AICOS, foi o vencedor do European Satellite Navigation Competition, com uma tecnologia inovadora em navegação por satélite – “Seamless Navigation Through Ultra Low Frequency Magnetic Field Communication (ULF-MC)” – que promete vir a acabar com os bloqueios existentes nos sistemas GPS em espaços interiores e/ou de grandes dimensões.

Licenciado em Engenharia Eletrónica, Dirk Elias (1966)  terminou o doutoramento em Ciências da Computação, na Universidade Técnica de Berlim, em 1996. Entre esse ano e o ano 2000 pertenceu ao centro de investigação FOKUS (atual Fraunhofer Focus), onde liderou o laboratório HOT (Home and Office Technologies). Após este periodo ingressou na IVISTAR e trabalhou para a Deutsche Telekom and T-Systems, no âmbito nas novas tecnologias e ciências da computação.

Foi CEO da IVISTAR até se mudar para Portugal, em 2008. Aqui fundou, do zero, o centro de investigação Fraunhofer AICOS, do qual é, atualmente, o diretor. A par das suas funções na fundação e também do trabalho na FEUP, onde dá aulas, Dirk Elias está empenhado em fazer com que o prémio arrecadado no European Satellite Navigation Competition seja o suficiente para atrair a atenção de empresas interessadas neste tipo de tecnologias. “É uma tecnologia muito acessível, muito fácil de instalar, e que traz muitas vantagens”, refere.

– De que mais gosta na Universidade do Porto?

Do Círculo Universitário e do grande apoio dado pela Reitoria aos nossos projetos.

 – De que menos gosta na Universidade do Porto?

O facto de não existirem cadeiras que façam com que os grupos da universidade atinjam as massas críticas. E isso é muito importante para que a Universidade consiga aliar-se à indústria.

– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

Mudar o sistema de ensino: haver menos lições, menos aulas, e mais responsabilidade pessoal e social atribuída aos estudantes. Ou seja, criar estágios durante as “pausas” (que são, facilmente, confundidas com férias) que sejam uma parte fundamental e obrigatória da sua formação.)

– Como prefere passar os tempos livres?

 Passear de barco, trabalhar em carros antigos… e conduzi-los!

 – Um livro preferido?

Está sempre a mudar. Normalmente é o livro que estou a ler no momento mas, agora, infelizmente não tenho tido tempo para ler nenhum.

– Um músico / disco preferido?

Novamente, também está sempre a mudar. Neste momento é o “Substance”, de Joy Division.

 – Um prato preferido?

 No inverno é cozido à portuguesa.

 – Um filme preferido?

Tal como o que acontece com os livros, não tenho tido tempo para ver filmes. Mas gosto muito do sempre clássico “Star-Trek”. É incrível ver como tantos detalhes são semelhantes à realidade de hoje no que toca às tecnologias da comunicação. A Apple e a Google deviam pagar direitos de autor ao Captain Kirk!

 – Uma viagem de sonho (realizada ou por realizar)?

Viagem de barco à volta do mundo. No mínimo durante 18 meses.

 – Uma inspiração?

O meu cão.

 – Um objetivo de vida?

Esse não pode ser revelado ao público.