Se o mundo de Cristina Neves tivesse que se dividir em diferentes substâncias químicas, o mais certo é que por lá não faltassem nanoparticulas de sílica, oligonucleótidos, entre outras substâncias apenas vísiveis ao mais atento dos microscópios. Nos últimos anos, estas têm sido apenas algumas das “companhias” daquela estudante de doutoramento em Química Sustentável da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), recentemente distinguida  pela European Materials Research Society (E-MRS) com o Young Scientist Award 2013, um galardão que visa homenagear estudantes de pós-graduação cuja  investigação apresente um elevado nível de excelência e distinção.

Para conhecer o trabalho de doutoramento desta investigadora portuense é preciso ir ao encontro de “Fluorescent Silica Nanoparticles based on Organic and Inorganic Fluorophores: Preparation and Characterization”. Assim se intitula o  projeto novador que, recorrendo à nanotecnologia e à nanoquímica,  tem como fim a preparação e desenvolvimento de materiais que possam ser utilizados como biossensores.

Em agosto de 2012, o mesmo trabalho tinha valido a Cristina Neves a a atribuição do Best paper award Nano2012, um galardão internacional –  integrado na International Conference on Nanostructured Materials – que distingue igualmente a atividade de investigação científica na área da nanotecnologia.

Licenciada em Química (2006) e mestre em Gestão Ambiental (2009) pela Universidade do Minho, Cristina Neves entrou no Doutoramento em Química Sustentável da U.Porto em 2010. Desde então, vem desenvolvendo o seu trabalho de investigação no Departamento de Química da Faculdade de Ciências, assinando regularmente artigos e comunicações com especial enfoque na área da Síntese de nanopartículas de sílica fluorescentes e sua aplicação em biossensores.

Idade?

30 anos.

 – De que mais gosta na Universidade do Porto?

De entre outras coisas, destaco a diversidade de pessoas e culturas que se pode encontrar nos diversos núcleos que formam a Universidade e as atividades para ocupação de tempos livres.

– De que menos gosta na Universidade do Porto?

Embora não sendo um problema único da U.Porto, o que mais me desagrada é o crescente corte em apoios financeiros que prejudica a qualidade (e quantidade) do trabalho que se desenvolve, quer seja na investigação quer no ensino.

– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

Estabelecer mais parcerias, sensibilizar e envolver mais a Sociedade Civil na Universidade de modo a que se criem oportunidades não só de emprego mas também de financiamento.

– Como prefere passar os tempos livres?

Ler, ver televisão, sair e conversar com os amigos. Quando dou conta, já se passaram horas!

– Um livro preferido?

Vários, de entre os quais destacaria “Equador”, de Miguel Sousa Tavares e “A filha do Capitão”, de José Rodrigues dos Santos.

– Um músico / disco preferido?

Michael Bublé.

– Um prato preferido?

Bacalhau nas suas “1001” maneiras.

– Um filme preferido?

Tenho alguns mas destaco “Orgulho e Preconceito” e “Love Actually – O Amor Acontece”.

– Uma viagem de sonho (realizada ou por realizar)?

Por realizar: Adorava fazer uma viagem no expresso do Oriente. Realizada: O Japão, fiquei fascinada com a cultura, sonho um dia em voltar.

 – Um objetivo de vida?

Conhecer o Mundo e dar o meu contributo para que se torne melhor.

 – Uma inspiração?

A minha Mãe, uma mulher lutadora e de coragem que nunca me deixou desistir perante as adversidades.

– Um sonho por cumprir?

Andar de balão.