Estávamos em 2010 quando Bianca Pérez Lucani deixou os Estados Unidos e um mestrado em Química recém-terminado, para rumar ao Porto. “Na altura o meu marido teve uma proposta para ser professor na Faculdade de Engenharia [FEUP] e decidi vir com ele”, começa por explicar *. Na bagagem, porém, vinha outro objetivo. “Antes de vir, pesquisei nos rankings das universidades e encontrei a U.Porto entre as 500 melhores do mundo. Depois, procurei pelas faculdades que trabalhassem na área da malária e encontrei a professora Paula Gomes, da Faculdade de Ciências. Contactei-a e ela propôs-me um projeto de doutoramento pelo qual me apaixonei desde o início”.

O resto da história é contado desde então nos laboratórios do Departamento de Química da FCUP, onde a batalha de Bianca tem como alvo a malária, doença que mata anualmente três milhões de pessoas em todo o mundo. “Estamos à procura de um fármaco com ação dual contra a malária. O trabalho tem tido excelentes resultados e já foi reconhecido a nível nacional e internacional”, explica. Para o confirmar, basta folhear as páginas de publicações como a Chemistry World, ou o prestigiado Journal of Medicinal Chemistry, feitos que Bianca costuma festejar com um jantar na Ribeira,  de preferência ao som do compatriota Franco de Vita.

Natural da Venezuela e licenciada em Química pela Universidad Simón Bolívar, em Caracas, Bianca Pérez rumou posteriormente aos EUA, onde completou o mestrado em educação na Northeastern University (Boston), ao mesmo tempo que prosseguia a atividade científica na área de  química medicinal. Já como estudante de doutoramento da FCUP (que deve terminar ainda em 2013),  esteve  três meses no CRESIB – Centro de Investigación en Salud Internacional de Barcelona (Espanha).

* Citações retiradas da reportagem “Uma Universidade do tamanho do mundo”, publicada na edição nº17 da revista ALUMNI (dezembro de 2012).

De que mais gosta na Universidade do Porto?

Gosto do facto de a Universidade manter uma colaboração ativa com outras universidades. Isto facilita o desenvolvimento dos projetos de investigação e também incentiva o pensamento crítico e a assertividade dos nossos investigadores.

De que menos gosta na Universidade do Porto?

Da carência de instalações desportivas perto de todas as faculdades.

Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

Criar um melhor equilíbrio entre lecionar e fazer investigação para os professores. Acho que os professores que lecionam e que também têm um bom perfil de investigador deviam ter uma carga horária de aulas menor, para dedicar mais tempo à investigação e aqueles professores que dedicam menos tempo à investigação deviam ter um maior número de horas em aulas.

Como prefere passar os tempos livres?

Amo andar à beira do mar com o meu marido e o meu cão. Sentir areia e o ar fresco relaxa-me muito e enche-me de vida.

Um livro preferido?

Gosto muito dos livros de aventura misturados com fantasia, porque incentivam em mim o pensamento criativo assim como a coragem para  tomar decisões arriscadas. Um dos meus livros preferido é o Brisingir, de Christopher Paolini.

Um disco/músico preferido?

Gosto  muito da música do cantor e compositor venezuelano Franco de Vita. Ele canta música romântica com pop e rock misturado. Ele mistura a comédia, o romantismo e a aventura nas suas letras.

Um prato preferido?

Gosto muito de experimentar comidas novas de diferentes países, por exemplo, gosto da comida indiana, especialmente do Frango Korma. Mas o meu prato preferido e que como com muita frequência é um prato tradicional de Venezuela chamado Arepa. Especialmente, a arepa que tem queijo e carne desfiada faz-me lembrar a minha família que está na Venezuela.

Um filme preferido?

Gosto muito dos filmes que vendem a ideia do que o limite do que podes obter estabelece-lo tu mesmo com o teu trabalho e a tua dedicação. Um dos filmes dos que mais gosto e não me canso de ver é o filme “Coração de Cavaleiro”.

Uma viagem de sonho (realizada ou por realizar)?

A viagem de sonho foi a que fiz para Havai com o meu marido adorei a praia, a areia, dançar o hula, e ir ao Luau.

Um objectivo de vida?

Por agora é terminar o meu doutoramento, isto é, continuar a trabalhar forte para fechar esta etapa excelentemente ou, como dizemos no meu país, “Cerrar con broche de oro.”

Uma inspiração?

Pessoas que fazem o seu trabalho com amor, paixão e dedicação mesmo na adversidade. Por exemplo, maravilhosas pessoas como a minha orientadora Professora Paula Gomes e co-orientadora Doutora Catia Teixeira.

Sonho por cumprir?

Gostaria de ir a Fiji para desfrutar da suas lindas praias.